quarta-feira, 31 de julho de 2013

O que não se deve falar para as crianças

Os pais são os exemplos dos filhos e suas atitudes podem ter um impacto positivo ou negativo naformação da personalidade e identidade social da criança. Por isso, de acordo com o pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, existem algumas coisas que jamais devem ser ditas às crianças ou faladas na frente delas. Veja quais são:

1 – Não rotule seu filho de pestinha, chato, lerdo ou outro adjetivo agressivo, mesmo que de brincadeira. Isso fará com que ele se torne realmente isso.
2 – Não diga apenas sim. Os nãos e porquês fazem parte da relação de amizade que os pais querem construir com os filhos.
3 – Não pergunte à criança se ela quer fazer uma atividade obrigatória ou ir a um evento indispensável. Diga apenas que agora é a hora de fazer.
4 – Não mande a criança parar de chorar. Se for o caso, pergunte o motivo do choro ou apenas peça que mantenha a calma, ensinando assim a lidar com suas emoções.
5 – Não diga que a injeção não vai doer, porque você sabe que vai doer. A menos que seja gotinha, diga que será rápido ou apenas uma picadinha, mas não engane.
6 – Não diga palavrões. Seu filho vai repetir as palavras de baixo calão que ouvir.
7 – Não ria do erro da criança. Fazer piada com mau comportamento ou erros na troca de letras pode inibir o desenvolvimento saudável.
8 – Não diga mentiras. Todos os comportamentos dos pais são aprendidos pelos filhos e servem de espelho.
9 – Não diga que foi apenas um pesadelo e mande voltar para a cama. As crianças têm dificuldade de separar o mundo real do imaginário. Quando acontecer um sonho ruim, acalme seu filho e leve-o para a cama, fazendo companhia até dormir.
10 – Nunca diga que vai embora se não for obedecido. Ameaças e chantagens nunca são saudáveis.


sábado, 13 de julho de 2013

DISLEXIA COMPREENSAO Como as estrelas na Terra legendado

POR QUE OS DEFICIENTES INTELECTUAIS ACATAM ORDENS DOS AMIGOS?



Verificando os bastidores deste blog, encontrei uma pesquisa bastante interessante: "COMO ENSINAR A UM DEFICIENTE INTELECTUAL QUE ELE NÃO PODE FAZER TUDO O QUE LHE MANDAM"?

Vivenciei esse problema durante quatro dos seis anos que cuidei de uma adolescente com atrofia do cerebelo e dois dos três anos que cuidei de um garoto com paralisia cerebral. Portanto, sei muito bem como é este problema.

As reclamações de que aprontavam eram muitas. Para falar a verdade, quase todos os dias. Muitas vezes, fui buscá-los na diretoria do Colégio onde trabalhava. Além disso, os pais eram chamados e depois da conversa com o Diretor ou Coordenadora, onde ouviam a série de reclamações, corriam desesperados para minha sala querendo saber o que fariam com o filho ou filha.

Na verdade, essas ordens são dadas por colegas. E fazem isso por que querem se divertir às custas dos deficientes intelectuais, ao mesmo tempo que revelam uma atitude preconceituosa e desrespeitosa pelos sentimentos dos colegas mais inocentes. Isso quando não praticam o bullyng. E a razão é simples:

Ao chegarem ao 5º ano, todas as crianças começam a se "enturmar". E passam a formar grupinhos. Primeiro, do mesmo sexo e, um pouco mais tarde, esses grupos passam a ser mistos. Isto porque é uma necessidade do desenvolvimento humano. Com os deficientes intelectuais não é diferente. Eles também necessitam de amigos da mesma idade para conversar, trabalhar junto, obter informações etc.

Porém, os "amigos" não estão muito afim deles: por julgá-los esquisitos ou feios, por vergonha de tê-los por perto, por  medo do que os "paqueras" podem achar ou por preconceito mesmo. Por isso, ou por tudo isso junto, os isolam.

Mas, os deficientes querem (como qualquer outra pessoa) ser aceitos numa roda ou grupo de amigos. Porém, quando nessa roda ou grupo existem alguns "espertinhos", esses propõem uma condição: "Só se você fizer X coisa". E os deficientes aceitam e fazem o que mandam porque não conseguem prever as consequências desse ato.


Antes de se ensinar o deficiente intelectual a não fazer determinadas coisas, é preciso conscientizar o "grupo " ou classe onde esse deficiente está incluído. Falar abertamente a problemática dele para que saibam com quem estão lidando, das dificuldades que ele (deficiente) vai encontrar e, principalmente, como devem lidar com ele. Dizer isso, não é segregar, mas ajudar a compreender. E sempre fazendo com que se coloquem no lugar do deficiente.

O projeto de inclusão é lindo. Mas, infelizmente nossas escolas ainda não estão adaptadas para isso. Acreditam que basta colocar o deficiente numa classe, que a inclusão está feita. Esse é apenas o primeiro passo. O segundo, o de inseri-lo nesse grupo, é bem mais difícil e trabalhoso. 

Inserir é fazer o deficiente intelectual se sentir parte da classe ou do grupo como outro aluno qualquer, e fazer com que a turma sinta que ele é membro desse grupo ou classe. Inserir é respeitar a sua condição com programação, conteúdos, exercícios e materiais que sejam capazes de fazê-los evoluir  apesar de suas dificuldades. 

Inserir é compreender e fazer com que os colegas de turma compreendam que o cérebro dos deficientes intelectuais é mais lento e, portanto, requer mais repetições, com  trabalhos diferenciados e concretos, com provas específicas que avaliem suas conquistas dentro do que foi proposto  e não do que foi trabalhado com a turma. E esta é uma atividade que engloba a todos: direção, coordenação, professores, auxiliares escolares (inspetores, faxineiros, porteiros etc) e dos alunos da escola como um todo. Isto servirá de exemplo de respeito aos demais alunos.


Muitos pais pedem aos filhos que se afastem dos deficientes intelectuais por medo que contraiam a "doença". Isto é desconhecimento. Deficiência intelectual não "pega" porque não é transmitida por contato, nem por um vírus que se espalha pelo ar. E cabe à Escola promover palestras, conversas e reuniões sobre o assunto  para pais, professores e alunos para que esta atitude (preconceituosa ou não) melhore beneficie a comunidade em em seu entorno. 

Só então podemos pensar em ensinar os deficientes a não fazer o que os amigos  mandam.  E será que vai ser preciso?

Agora, se nada disso for feito, não culpe ou puna o deficiente. Ele é o menos culpado nessa história. Converse com ele, diga que não pode (repita um milhão de vezes se for necessário). Um dia, ele entenderá.


Sueli freitas

terça-feira, 25 de junho de 2013

COMO ENSINAR AUTOESTIMA PARA AS CRIANÇAS


Como ensinar autoestima para as crianças

Psicóloga dá dicas para incentivar o "eu me amo" na medida certa



autoestima (Foto: shutterstock)
















A psicóloga Beatriz Acampora, professora da Universidade Estácio de Sá (RJ) e autora do livro Autoestima: Práticas para Transformar Pessoas (Ed. Wak), com previsão de lançamento para este mês, explica a importância do amor próprio e de como os pais podem ajudar as crianças a desenvolverem esse sentimento.
CRESCER: Quando começa a formação da autoestima?
Beatriz Acampora:
 Desde que a criança nasce. No começo, ela se vê como extensão da mãe, então, para estimular a autoestima, é importante pegar o bebê no colo, dar carinho, amor, afeto. Aos poucos, ele começa a ver que a mãe não é só dele, que sai para trabalhar, e começa a ter outros cuidadores e a desenvolver a noção do “eu” e do “outro”. Com 1 ano, a criança já se olha no espelho e fala: “Bebê”. Às vezes, se beija no espelho.
C.: E qual é o papel dos pais nesse momento?
B.A.: Eles precisam estimular o filho a se reconhecer. Não podem superproteger e precisam incentivar a independência, para ele começar a criar a sua autoestima. Isso não significa só dizer coisas boas para a criança, mas também encorajar os pequenos sucessos. Se ela está aprendendo a andar e consegue ficar dois ou três segundos em pé, é importante festejar isso, dar o reforço positivo. Outra opção é apresentar pequenos desafios, como deixar a criança tentar encaixar as peças de um quebra-cabeça sozinha e fazer festa quando ela conseguir. Essa satisfação própria, que vem do mérito de ter feito algo sem ajuda, fortalece a construção do autoconceito. Entre 3 e 4 anos, ela já pode escolher a roupa, ir ao banheiro e tomar banho sozinha (com supervisão), e isso deve ser estimulado, para que ela aprenda a cuidar de si, a se valorizar e a fazer suas escolhas.
C.: O que acontece quando os pais exageram nos elogios e tratam o filho como se ele fosse “o máximo”? Como não cair nessa cilada?
B.A.: É um grande erro dizer sempre que a criança é demais, tudo de bom. O ideal é estimular dentro do processo de realidade – e a frustração faz parte da vida, a criança precisa aprender a lidar com ela e superá-la. Os pais precisam mostrar que têm defeitos, fraquezas e qualidades, e que isso é normal do ser humano, assim como errar também é normal. Se a criança vir isso nos pais, vai reconhecer em si mesma os mesmos sentimentos, de forças e fraquezas. É importante mostrar que fazemos o nosso melhor, mas às vezes erramos, e aí corrigimos e tentamos fazer melhor da próxima vez.
C.: Criticar demais também pode prejudicar o desenvolvimento da autoestima da criança?
B.A.: Críticas pejorativas não são boas. É preciso ter cuidado com as palavras, porque uma comunicação negativa pode ter um impacto grave na criança. Para ela tudo é uma experiência, não existe certo e errado, então a maneira de repreender, o tom da voz, a fala, tudo tem que estar bem claro. Se ela bate em um colega, por exemplo, os pais não podem falar que ela é feia, horrível ou mesmo bater também. A criança tem que ser orientada com atenção e cuidado, para entender o que não pode, aprender a compartilhar e brincar junto. Falar coisas como “você sempre estraga tudo”, “esse menino é uma peste” e “você está me envergonhando” faz com que a criança se sinta inadequada. É melhor dizer: “você pode melhorar nisso e naquilo”, “eu posso te ajudar a superar essa dificuldade dessa forma”, “você é tão bacana, não precisa agir assim” e “existe lugar para tudo, aqui você não pode fazer isso”. Tudo sem ofender. A criança entende o que você fala, e quanto mais ela ouvir que é feia, que não faz nada direito, mais ela acredita que aquilo é verdade, o que resulta em baixa autoestima e que pode ser levada para a vida adulta.

Por Fernanda Carpegian



A FUNÇÃO PERVERSA DOS CONTOS DE FADAS


Ao invés de desenvolver suas próprias capacidades, meninas aprendem a esperar pelo “homem salvador”

Pat, engenheira de 34 anos, separada, chegou ao meu consultório e foi logo dizendo: “Não aguento mais ter que arranjar dinheiro para pagar as contas e resolver tudo na minha vida. Estou buscando um marido que me proteja, cuide de mim e me sustente. Minha filha, no seu aniversário de seis anos, pediu uma festa com o tema de Cinderela. Ela até se vestiu dessa forma. Assim é bom, porque ela já vai se acostumando com a ideia de que é importante procurar um homem bem diferente do pai dela, que não tem dinheiro. Quando ficar maior, mesmo que tenha uma profissão, espero que se case com alguém que a proteja e garanta seu sustento.”
Não tenho dúvidas de que os contos de fadas são prejudiciais às crianças. Mas será que pais e professores se dão conta disso? Será que percebem quais tipos de ideias estão passando para as crianças, subliminarmente, por meio desses contos? Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida.Modelos de heroínas românticas, que, ao contrário do que se poderia imaginar, no que diz respeito ao amor, ainda são parecidas com muitas mulheres de hoje. Mas isso não é à toa.

Desde a Antiguidade as mulheres detinham um saber próprio, transmitido de geração em geração: faziam partos, cultivavam ervas medicinais, curavam doentes. Na Idade Média seus conhecimentos se aprofundaram e elas se tornaram uma ameaça. Não só ao poder médico que surgia, como também do ponto de vista político, por participar das revoltas camponesas. Com a “caça às bruxas”, no século XVI, 85% dos acusados de feitiçaria eram mulheres. Milhares delas foram executadas, na maior parte das vezes queimadas vivas.

Segundo os manuais usados pelos inquisidores, é pela sexualidade que o demônio se apropria do corpo e da alma dos homens, dominando-os através do controle e da manipulação dos atos sexuais. 
Não foi assim que Adão pecou? Como as mulheres estão essencialmente ligadas à sexualidade, elas se tornam agentes do demônio (as feiticeiras). Rose Marie Muraro na introdução do livro "O martelo das feiticeiras", escrito por dois inquisidores em 1484, chama a atenção para um detalhe importante: “eram consideradas feiticeiras as mulheres orgásticas e ambiciosas, as que ainda não tinham a sexualidade normatizada e procuravam se impor no domínio público exclusivo aos homens.”

Foto: Reprodução
Final para Branca de Neve foi feliz, ao lado do príncipe em um castelo
A partir daí podemos entender melhor como as mulheres e as personagens femininas das histórias infantis foram se tornando passivas, submissas, dóceis e assexuadas. Em "Cinderela", "Branca de Neve" e "A Bela Adormecida" existem algumas mulheres que até fazem mágicas, mas a mensagem central não é a do poder feminino, e sim da impotência da mulher. O homem, ao contrário, é poderoso. Não só dirige todo o reino, como também tem o poder mágico de despertar a heroína do sono profundo com um simples beijo. Além da incompetência de lutar por si própria, comum às principais heroínas, Cinderela é enaltecida por ser explorada dia e noite, trabalhando sem reclamar e sem se rebelar contra as injustiças. Padece e chora em silêncio. Seu comportamento sofrido, parte do treinamento para se tornar a esposa submissa ideal, é recompensado: seu pé cabe direitinho no sapato e ela se casa com o príncipe.
No entanto, o mais grave nos contos de fadas é a ideia de que as mulheres só podem ser salvas da miséria ou melhorar de vida por meio da relação com um homem. As meninas vão aprendendo, então, a ter fantasias de salvamento, em vez de desenvolver suas próprias capacidades e talentos. As heroínas das histórias estão sempre ansiosas em fazer o máximo para agradar ao homem, ser como ele deseja, e acreditam que adequar seu corpo à expectativa dele é fundamental. Não se esqueça de que Cinderela e todas as moças do reino tentam se ajustar ao sapatinho encontrado pelo príncipe — a madrasta orienta as filhas a cortar um pedaço do pé para corresponder ao que o homem espera delas.

A historiadora americana Riane Eisler afirma que “essas histórias incutem nas mentes das meninas um roteiro feminino no qual lhes ensinam a ver seus corpos como bens de comércio para conseguirem pegar não um sujeito comum, mas um príncipe, status e riqueza.Em última análise a mensagem dos ‘inocentes’ contos de fadas, como Cinderela, é que não somente as prostitutas, mas todas as mulheres devem negociar seu corpo com homens de muitos recursos.”

Em vez de desenvolver suas próprias potencialidades e buscar relações onde haja uma troca afetiva e sexual, em nível de igualdade com o parceiro, muitas mulheres se limitam a continuar fazendo tudo para encontrar o príncipe encantado.
O que você pensa a respeito dos contos de fadas? Deixe seu comentário no campo abaixo!Há um tempo atrás perguntei a algumas pessoas o que eles pensam a respeito dos contos de fadas.
A grande felicidade não é encontrar um homem, é encontrar a si própria. Se a mulher encontrar um parceiro, tudo bem, mas se não encontrar, ela está ótima. O grande encontro do homem e da mulher é cada um consigo próprio. Cláudia Alencar (atriz)Estamos caminhando para a dissolução do molde romântico. É um processo muito lento, talvez demore 100 anos; o ser humano levou um tempão para construir esse projeto de infelicidade. Ele chegou ao apogeu no século XIX e só nos demos conta da falência disso na virada do século, quando o Dr. Freud preconizou que o ser humano só pensa em sacanagem. Coisa que a gente já sabia há muito tempo, mas só se tornou explicitada a partir da reflexão dele. A partir dessa incompatibilidade entre a superestrutura dos sonhos e a infra-estrutura dos instintos estamos vivendo um momento conflitivo em que as coisas estão se transformando para melhor, principalmente nessa área da sexualidade e dos afetos. Geraldo Carneiro (poeta e escritor)
Há toda uma estrutura vigente que desinforma e continua insistindo nessas mentiras. As próprias novelas criam um romantismo falso, bastante prejudicial e os danos são profundos. Mas as questões sobre amor e sexo são vitais por estarem estreitamente ligadas à nossa felicidade. Chico Azevedo (dramaturgo e escritor)

 Regina Navarro Lins 

domingo, 2 de junho de 2013

TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR

Aposta no tratamento multidisciplinar







Agitado, impulsivo, sem limites. Era assim que o filho de Maria do Carmo* se comportava quando ela percebeu que havia algo errado com a criança de apenas seis anos. Ao procurar ajuda psicológica e psiquiátrica, a mãe soube que o diagnóstico era de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). A partir dali, foi para a internet pesquisar sobre o assunto.


Moradora do interior do Estado, teve a sorte de encontrar na Capital uma médica especializada e logo começou uma bateria de exames para confirmar o diagnóstico. Após eletrocefalograma, testes motores e muita conversa com os pais, o resultado foi confirmado por exclusão, e optou-se pelo tratamento reunindo medicação e psicoterapia. A sorte é que a família tem plano de saúde e condições para desembolsar cerca de R$ 200 mensais para pagar a medicação. Do contrário, teria de esperar em média dois anos na fila para obter tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Um equipe multidisciplinar reunindo neurologista, pediatra, psicopedagogo, entre outros profissionais, está tratando o menino há um ano e meio. Até acertar a medicação, foram testados três tipos de comprimidos. Porém, apesar de considerar a importância do remédio, a mãe diz que ele não é tudo – é preciso atuar em várias frentes, estabelecer rotinas e controlar.

Caso o transtorno não fosse identificado na infância, o menino poderia crescer acompanhado por uma série de problemas, e é isso que Maria do Carmo tenta evitar. Ela conta que, desde que descobriu o transtorno, passou a frequentar o encontro mensal do grupo de apoio da Associação Brasileira de Déficit de Atenção, onde aprendeu formas de lidar com a questão e pôde também compartilhar com outras mães seus desafios na criação do filho. Esse apoio a fortaleceu, inclusive, para enfrentar a resistência da própria família em relação ao tratamento.

* O nome foi alterado porque a entrevistada não quis se identificar.


Meu filho- Jornal Zero Hora


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Estude com música

        Antes de começar a estudar, há algumas coisas que você pode fazer para melhorar sua concentração.
 Mas o quê? Existe um projeto para ajudar você a estudar: o Study Music Project, um canal e site com playlists específicas que ajudam na concentração e nos estudos. A música do Study Music é relaxante, não tem letras e mistura vários gêneros musicais. Algumas misturam sons de água com a melodia doce do piano.         Outras têm batidas um pouco mais fortes, que lembram um pouco o hip hop. A música é completamente diferente do estilo que você ouve nas rádios ou no dia a dia, mas promete funcionar. Com Study Music nos fones, dá pra estudar horas e se desligar do mundo ao redor.
     O criador do projeto, o taiwanês Dennis Kuo, 27 anos, estudante de medicina da Wayne State University, em Detroit nos Estados Unidos, é pianista desde os sete. Assim que Kuo se deu conta de que teria muitos anos de faculdade pela frente, decidiu produzir música especial para as horas de estudo. Kuo recorreu a estudos sobre o efeito de música barroca no aprendizado e também sobre o mozart effect – fenômeno identificado por uma série de pesquisas que indica que escutar as músicas do compositor ajuda a executar tarefas mentais.
        Assim, há três anos fundou o Study Music Project. Kuo mistura diversos ritmos como jazz, lounge, etno, eletrônico e hip hop para criar o gênero study music, como ele chama.– Eu sempre gostei de estudar escutando música quando estava na graduação. Eu ouvia as músicas de um artista chamado Nujabes na hora dos estudos – conta.
        A música puramente instrumental de Kuo auxilia no rendimento, como ele explica:
       – As letras podem distrair, já que seu cérebro precisa interpretar o significado. Quando você está lendo ou estudando enquanto tenta decifrar as letras de uma música, ou cantar, é como se estivesse conversando com duas pessoas ao mesmo tempo.
      Hoje, o projeto já é popular entre muitos estudantes da Wayne e está se espalhando pelo mundo. Além dos Estados Unidos, o site recebe acessos do Reino Unido e Canadá.
        – Às vezes, entro na biblioteca e vejo que alguns estão com meus vídeos tocando no YouTube (risos).
        Entre elogios e agradecimentos que recebe, Kuo incentiva os ouvintes a deixarem seu feedback sobre as playlists. Seu próximo plano é produzir músicas personalizadas para tipos diferentes de pessoas. Como músico, já está cumprindo sua missão e, como futuro médico, Kuo também quer ajudar as pessoas a se sentirem melhor com música:
      – Quero pesquisar mais sobre as conexões entre música e dor e se isso pode diminuir a ansiedade dos pacientes que estão prestes a fazer uma cirurgia. Música é minha paixão.
Para o neurologista, Leandro Teles, o estilo da música é crucial para que os efeitos sejam benéficos para a concentração. É essencial que a música seja de qualidade e tranquila, sem letras, assim o cérebro é poupado do esforço para filtrar as informações adicionais que estão no ambiente ou na música. Estudar com TV ou músicas que você ouve no rádio ou nas festas pode ser mais cansativo. O ambiente de estudos também influencia: precisa ser organizado e clean.
– O ideal é que seja uma música apropriada, com volume adequado e não qualquer estilo. Se for uma música que a pessoa gosta ou uma música badalada, vai tirar o foco, então é contraindicado. A música
feita pra estudar relaxaria um pouco o cérebro, fazendo liberar a dopamina, o sistema de recompensa do cérebro, e a serotonina, que relaxa e diminui a ansiedade, criando o ambiente cerebral propicio ao aprendizado. Assim, você consegue estudar um tempo maior, estudar mais, e fazer um esforço mental menor – explica.

STUDY MUSIC PROJECT
ESTÁ NO YOUTUBE
(YOUTUBE.COM/
STUDYMUSICPROJECT) E
DISPONÍVEL NO ITUNES

Texto PAULA MINOZZO- Jornal Zero  Hora