terça-feira, 21 de abril de 2015

A BORBOLETA E A PSICOPEDAGOGIA


O psicopedagogo coloca-se
À altura da borboleta,
Intervindo no processo de seu nascimento, 
Elaborando o tempo e o espaço necessários,
Sem medo, Sem insegurança,
Sem precipitação.
Há tempo para tudo,
Tempo para nascer,
Tempo para viver,
Tempo para respirar,
Tempo para morrer.
Viver, este é o segredo,
O psicopedagogo conhece
A história da borboleta,
Acompanha o seu desenvolvimento,
Percebe o seu progresso,
Evolução.
Impaciência,
Ansiedade,
Devem ser superadas.
Esta ação é humanizante,
Coletiva,
Socialmente,
E com ela conquistaremos a maturidade,
A consciência da realidade
E a humanização da borboleta,
Esta borboleta é o EDUCANDO.
de José Damião Limeira
Porto Alegre - RS - por correio eletrônico

domingo, 12 de abril de 2015

Estratégias para memória em crianças com Déficit de Atenção ou Dislexia

Existem crianças que tem dificuldade para guardar as informações na memória de trabalho e depois utiliza-la.
Déficit de atenção
Em atendimentos feitos a crianças, em especial, as que têm dislexia e déficit de atenção, notamos que este fato acontece bastante. Muitas vezes o professor pensa ensinar o que sabe, porém, a criança nem sempre aprende o que o professor quer ensinar, mas sim o que ela quer aprender, ou seja, algo que o professor nem sabe que ensinou mas que a criança reteve.
Déficit de atenção
Como citamos em artigos anteriores, sobre memória de curto prazo ou memória de trabalho, vamos apenas relembrar que:
– “Se não utilizarmos que trabalharmos com a informação da memória de trabalho, rapidamente, ela se desvanecerá (ao redor de 15 segundos).
– A informação que não é guardada na memória de longo prazo não pode ser relembrada.
– Podem ser utilizadas várias estratégias para manter a informação de memória de curto prazo. Por exemplo, a informação pode ser repassada, realizar elaborações com ela, criar imagens visuais, etc.
– A informação da memória de longo prazo é transferida para a memória de trabalho; isso é o que permite sua utilização.
Devemos sempre lembrar que para que qualquer aprendizagem seja possível, o aspecto emocional é primordial: NÃO ocorre uma aprendizagem se existir uma interferência afetiva.
A retenção da informação varia também de acordo com o método de ensino utilizado. O gráfico abaixo representa o resultado de estudos realizados depois que alunos foram expostos a diferentes métodos de ensino.
Na aula oral presume-se que o aluno aprende 5%, leitura 10%, Audiovisual 20%, demonstração 30%, discussão em grupo 50%, praticar fazendo, 75%, ensinar a outro/uso imediato da aprendizagem 90%.
Retenção Informação
A informação relembrada depois de 24 horas presumimos que estará na memória de longo prazo. Para melhor reter a informação na memória dos alunos, observe as estratégias abaixo:

Algumas estratégias para melhorar a qualidade da memória visual:


– Criar imagens visuais: Pedir à criança que feche os olhos e imagine um brinquedo, Ex: Uma bola
– Realizar conexões ou associações: Associar letras a imagens, exemplo C com casa, D com dado, ou cores com imagens, vermelho com coração, verde com limão, marrom com urso (explicar que nem todos os ursos são marrons), etc.
Déficit de atençãoDéficit de atenção
– Dar as instruções de várias maneiras: dar as instruções tanto de forma oral quanto utilizando imagens, sons, ou até mesmo fazendo um pequeno teatro. É bastante divertido.
– Apresentar ilustrações com letras. Mostre as ilustrações a criança e peça que a mesma a memorize e depois as reproduza no papel. A quantidade de letras pode ir aumentando de acordo com a idade.
Ex:
MOICGADBGTFIBJSSKN
Espero que este artigo e estas estratégias tenham ajudado muito a todos vocês. Até o próximo post onde continuarei escrevendo sobre estratégias e atividades que tem me auxiliado bastante e onde tenho obtido resultados muito positivos com meus alunos. Comentem, façam sugestões, estarei fazendo esta parceria e responderei a todos os comentários de vocês.
Psicopedagoga, Psicanalista Clínica, Palestrante, Bacharel em Administração de Empresas, Professora do município de Juazeiro-BA na área de Atendimento Educacional Especializado, Escritora/poetisa com livro publicado pela Editora Baraúna e CBJE.

terça-feira, 7 de abril de 2015

A TRANSFERÊNCIA




A transferência é um fenômeno que ocorre na relação paciente/terapeuta, onde o desejo do paciente irá se apresentar atualizado, com uma repetição dos modelos infantis, as figuras parentais e seus substitutos serão transpostas para o analista, e assim sentimentos, desejos, impressões dos primeiros vínculos afetivos serão vivenciados e sentidos na atualidade.
O manuseio da transferência é a parte mais importante da técnica de análise. Em Um Estudo Autobiográfico Freud (1925) faz uma explanação geral do mecanismo de transferência. A transferência logo que surge substitui na mente do paciente o desejo de ser curado, e, enquanto for afeiçoada e moderada, torna-se o agente da influência do médico e nem mais nem menos do que a mola mestra do trabalho conjunto de análise
Posteriormente, quando se tiver tornado arrebatada ou tiver sido convertida em hostilidade, torna-se o principal instrumento da resistência. Poderá então acontecer que paralise os poderes de associação do paciente e ponha em perigo o êxito do tratamento. Não é possível falar em análise sem transferência. Não se deve supor, todavia, que a transferência seja criada pela análise e não ocorra independente dela. A transferência é meramente descoberta e isolada pela análise. Ela é um fenômeno universal da mente humana, decide o êxito de toda influência médica, e de fato domina o todo das relações de cada pessoa com seu ambiente humano.
Em A História do Movimento Psicanalítico (1914) fala que o surgimento da transferência sob forma francamente sexual- seja de afeição ou hostilidade – no tratamento das neuroses, apesar de não ser desejada ou induzida pelo médico nem pelo paciente, sempre lhe pareceu a prova mais irrefutável de que a origem das forças impulsionadoras da neurose está na vida sexual. E ainda que a transferência seja ponto de partida do trabalho da psicanálise.
Se o paciente coloca o analista no lugar do pai (ou da mãe), está também lhe concedendo o poder que o superego exerce sobre o ego, visto que os pais foram, como sabemos , a origem do seu superego. O novo superego dispões agora de uma oportunidade para uma espécie de pós-educação do neurótico. (Freud, 1930, pág. 49)
Na transferência o paciente produz com clareza plástica, uma parte importante da história de sua vida, da qual de outra maneira, ter-nos-ia fornecido apenas um relato insuficiente. Ele a representa diante de nós, por assim dizer, em vez de apenas nos contar. (Freud, 1930)
A transferência permite que o analista se aproprie do saber inconsciente que se insinua na fala do sujeito. A interpretação da transferência é perigosa, pois tal procedimento pode até aliviar a angústia do sujeito, e com isso gratificar o analista, mas pode ser que o analisando esteja apenas substituindo sua associações pelas interpretações do analista, numa tentativa de recuperar a estabilidade que as defesas conferem à neurose.
Em A Questão da Análise Leiga Freud (1927) declara que toda análise digna dessa nome institui uma neurose de transferência, que constitui o sintoma, um sintoma analítico.uma responsabilidade maior do analista na condução da análise reside no manejo da transferência, num manejo analítico da neurose de transferência. Ele dizia que o neurótico não quer curar-se, mais precisamente não quer curar-se dessa neurose de transferência.
A transferência se constitui a partir da realidade psíquica do analisando, por meio dos seus desejos, medos e outros aspectos da sua subjetividade. Em Recordar, Repetir e Elaborar, Freud (1914) esclarece que a transferência cria uma região intermediária entre a doença e a vida real, através da qual a transição de uma para a outra é efetuada. A nova condição assumiu todas as características da doença, mas representa uma doença artificial, que é, em todos os pontos acessível à nossa intervenção. Trata-se de um fragmento que foi tornado possível por condições especialmente favoráveis, e que é de natureza provisória

Fonte: https://psicologado.com/abordagens/psicanalise/transferencia © Psicologado.com