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terça-feira, 11 de agosto de 2015

Ensinem seus filhos...





Ensinem suas filhas e filhos a pegar ônibus logo cedo, primeiro com vocês, depois sozinhos. Eles vão precisar disso um dia na adolescência ou na vida adulta e mesmo que você seja muito rico e pense que não precisarão, não há como ter certeza. Se nunca andaram, terão tendência a ficarem abobalhados, pouco espertos e mais propensos a sofrerem assaltos ou atropelamentos.
Ensinem seus filhos e filhas a andar a pé, porque só se aprende a atravessar ruas andando a pé. Bicicleta só para recreação, com você carregando o malinha e sua mala rampa acima, não vai dar boa coisa. Molequinhos e molequinhas precisam saber ir e voltar. Carregarem seus casaquinhos, bonequinhas e carrinhos faz parte da missão: mãe e pai não são cabides.
Ensinem suas filhas e filhos desde bebês a descascar bananas, maiorezinhos devem saber comer maçã sem ser picada, devem aprender a espremer um suco no muque, usar garfo e faca, colocar a roupa suja no cesto, lavar, secar e guardar louça. Assim não serão os malas na casa da tia no dia do pijama. No mínimo.
Ensinem seus filhos e filhas adolescentes a lavar o próprio par de tênis, lavar, pendurar, recolher e dobrar roupas, cozinhar algo básico, trocar lâmpadas e resistência do chuveiro. Ensine que isso pode não ser prazeroso como tomar um sorvete ou jogar no celular, mas é importante e necessário.
Ensinem suas filhas e filhos a plantar, colher e entenderem a diferença entre um pé de alface e um pé de couve. Você pode não acreditar, mas por falta de ensinamentos básicos muita criança se cria achando que leite é um produto que nasce em caixas. Isso não é engraçado, é um efeito colateral involutivo do nosso tempo.
Não tema o fogo, o fogão, a chaleira nas mãos dos coitadinhos. Se você não ensinar, eles vão fazer muita bobagem e vão se queimar. Educar é confiar nas capacidades e na inteligência deles. É mostrar perigos e ensinar a lidar com perigos.
Eduquem seus filhos para a vida, para capacidades. Prazer não precisa ser ensinado, é um benefício, um privilégio. Ter empregada doméstica em casa não deve ser visto e sentido como alguém que vem acoplado ao lar, quase uma "coisa" um "objeto humano" de limpar e organizar sem parar.
Essas não são dicas moralistas. Educar para a solidariedade é um ato até egoísta e nada poético. Ao ensinar coisas básicas de sobrevivência aos filhos, estamos promovendo confiança e capacidade, auto-estima, senso de dever e responsabilidade.
Evite produzir e multiplicar pessoas que um dia serão adultos entediados, mimados que acharão eternamente que vieram ao mundo a passeio, sem a menor noção do que é resiliência, inaptos para cuidar de si mesmos e de outros, caso se multipliquem preguiçosamente.
A vida pode ser bela, a vida pode não ser dura para herdeiros, mas ela cobrará sempre, de qualquer um de nós, firmeza e força de vontade. Isso não é nato, depende de adversidades e luta pela sobrevivência e nada tem a ver com capacidade de apertar um botão ou deslizar os dedões no Iphone.
Por Cláudia Rodrigues

terça-feira, 21 de abril de 2015

A BORBOLETA E A PSICOPEDAGOGIA


O psicopedagogo coloca-se
À altura da borboleta,
Intervindo no processo de seu nascimento, 
Elaborando o tempo e o espaço necessários,
Sem medo, Sem insegurança,
Sem precipitação.
Há tempo para tudo,
Tempo para nascer,
Tempo para viver,
Tempo para respirar,
Tempo para morrer.
Viver, este é o segredo,
O psicopedagogo conhece
A história da borboleta,
Acompanha o seu desenvolvimento,
Percebe o seu progresso,
Evolução.
Impaciência,
Ansiedade,
Devem ser superadas.
Esta ação é humanizante,
Coletiva,
Socialmente,
E com ela conquistaremos a maturidade,
A consciência da realidade
E a humanização da borboleta,
Esta borboleta é o EDUCANDO.
de José Damião Limeira
Porto Alegre - RS - por correio eletrônico

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

AUTOESTIMA DAS CRIANÇAS




       O modo como uma criança se percepciona resulta, em larga escala, do que as restantes pessoas lhe transmitem. A capacidade da criança realizar um julgamento eficaz de si e das suas capacidades é reduzida, e depende das pessoas que lhe são significativas, e que funcionam como "espelho", nos olhos de quem a criança se percepciona. Deste modo, os pais são, geralmente, os principais "espelhos" da criança, e vão ter um papel fundamental na forma como se percepciona, e confia nas suas capacidade.
       Ao termo consciência da importância que possuímos no desenvolvimento da auto-estima da criança, importa refletir sobre o que lhes estamos a transmitir. Tal porque se, predominantemente, a criança receber reflexos positivos com maior frequência, a sua auto-estima tenderá a ser alta. No sentido inverso, se recebe com maior frequência feed-back negativo, tenderá a possuir uma imagem negativa de si própria.
       Cabe então aos adultos a tarefa de valorizar o que de bom a criança realiza, as suas qualidade e, mesmo nas atividades em que possuí mais dificuldades, transmitir-lhes a esperança de serem bem sucedidas.
       Quando existe uma boa identificação parental, as crianças crescem tendo os pais como modelos a seguir. Porém, pode ser difícil para uma criança acreditar que poderá ser um dia como aquele ser perfeito que o pai e/ou a mãe aparenta ser. É muito salutar que os adultos também admitiam quando cometem erros, e que o façam junto das crianças. Elas também necessitam saber que os adultos não são perfeitos, tal como ela (criança) não o é. Deste modo, os adultos podem ajudar a criança a aprender que errar é natural, todos o fazem, não apenas ela, e que existe sempre a possibilidade de, na próxima vez, procurarem melhorar.
       O elogio serve como uma poderosa ferramenta, ao serviço dos pais, no que se refere à auto-estima da criança. O Elogio, atribuído quando a criança tenta realizar algo (elogiar as tentativas, não apenas os sucessos), faz com que ela se sinta importante, valorizada, e capaz de realizar novas conquistas. Além de permitir que a criança acredite que é capaz de realizar algo que o adulto valoriza e respeita, este sentimento de confiança em ser bem sucedida acompanha-a para o resto da vida.
     Deste modo, mesmo quando o sucesso não for alcançado, o elogio pela tentativa, associado à esperança que o adulto lhe transmite que da próxima vez poderá ser bem sucedida, permite à criança acreditar em si e nas suas capacidades, ajudando-a a lidar com as frustrações de forma mais eficaz. É importante que as tarefas a que a criança se propõe sejam adequadas à sua faixa etária, para assim ter verdadeiras hipóteses de ser bem sucedida. Assim, deve-se procurar estabelecer metas realistas e adequadas à sua idade, dando à criança oportunidades de desenvolver-se, sem incorrer no erro de proteção em excesso, nem de pressioná-la além das suas limitações naturais.
      Os adultos podem (e devem) igualmente promover a interação social em diferentes contextos, e fomentar o questionar e o exame de qualquer problema que seja levantado pela criança. Existe valor em trabalhar com os interesses intelectuais espontâneos da criança e, para o desenvolvimento moral dela, é igualmente valioso lidar com as questões morais que surgem no dia-a-dia. As crianças fazem as perguntas com mais significado que possamos imaginar, resta-nos estar atentos e, com ela, as procurarmos aprofundar. Não com a postura de sabedores da verdade universal, mas ouvindo os pontos de vista das crianças, expondo os nossos, explorando e descobrindo em conjunto.
      Ao contrário do que frequentemente acreditamos, é possível envolver a criança na discussão e partilha de questões morais. E é neste ouvir e partilhar de argumentos com outras crianças e adultos que ela experiência desequilíbrios cognitivo, que a levam a colocar em causa os seus conceitos e a conduzir a uma nova reorganização dos mesmos. Este conflito (cognitivo) é fundamental para a reestruturação do raciocínio e para o desenvolvimento mental.
     Torna-se necessário realizar um "aviso" sobre os típicos rótulos e etiquetas que costumamos atribuir à criança: são de evitar. Como anteriormente referido, as crianças procuram nos adultos significativos espelhos que lhes ajudem a moldar a sua imagem. Essa imagem convém que seja positiva e, quando não o for, convém que transmita sempre a possibilidade de mudança para melhor.         Os rótulos não transmitem a ideia de mudança e, ao invés disso, contribuem para que a criança se perceba e, por consequência, se comporte de acordo com os rótulos que os adultos lhes transmitem. Se desde uma fase precoce da sua vida a criança começa-se a identificar com apelidos como o de burra, preguiçosa, entre outros, vai crescer a acreditar que o é.
      A lembrar:
        É importante permitir às crianças a livre expressão dos seus sentimentos, mesmo os negativos. Por vezes, desvalorizamos sentimentos muito fortes das crianças, com expressões como "não se chora", ou "isso não é nada". Se a criança sente, é porque tem razões para isso, e é importante validar esses sentimentos e permitir-lhe que os partilhe conosco.
        Nem sempre é possível, mas, quando for apropriado, permita que as crianças tomem as suas próprias decisões. Pode-se, por exemplo, pedir que opinem sobre questões como onde ir passear, que atividade realizar, entre outras. Tal faz com que se senta importante, valorizada e respeitada.
        Tal como os adultos, as crianças também apreciam (e merecem) que respeitem os seus espaços e limites. Expressões como "com licença" e "obrigado" podem ajudar a que a criança se sinta confiante e respeitada.
         Ouvir as crianças. Mesmo nos momentos em que sentimos pressa, é importante parar para ouvir e valorizar o que a criança nos transmite. Quando tal não é possível, é preferível explicar que será melhor falar sobre esse assunto mais tarde. Mas, mal seja possível, aborde novamente a questão junto da criança.
        Elogie-as com frequência, mas quando e onde o merecerem. Os elogios são uma ótima ferramenta para a construção da auto-estima, mas só quando atribuídos pelo mérito, e de forma coerente. Mais do que o resultado, reforce o esforço da criança para ser bem sucedida.
         É frequente em nós, adultos, esquecermo-nos de que já fomos crianças, e de que a sua forma de entender e perceber o mundo é muito diferente da do adulto. Procure enfatizar com a criança, e perceber como ela se sente em determinado momento. Deste modo, será para nós mais fácil entender o seu ponto de vista e, assim, lidar com ela.
        Partilhe com os seus filhos os seus gostos, o que valoriza e o que ama.
        Enquanto modelo para as crianças, transmita e seja entusiasta, positivo e alegre.
        Ao reencontrar o seu filho após um dia de trabalho, experimente perguntar pelas coisas boas do seu dia, o que mais gostou o que valorizou. De seguida, expresse-lhe igualmente o que mais gostou do seu dia.
        É sempre positivo interessar-se pelos pequenos êxitos das crianças, e "perder" alguns minutos a elogiar as primeiras tentativas no caminho certo.
       O nosso cansaço, muitas vezes resultado de um dia de trabalho, pode potenciar momentos em que "descarregamos" nas crianças de forma descontextualizada e injusta. É necessário avaliarmos o nosso estado e, quando necessário, recorrer ao parceiro para que lide com determinadas situações, resguardando o adulto mais cansado (e a criança).
       Esta é uma verdade que deve ser aplicada para todas as crianças mas que, torna-se mais relevante quando se trata de irmãos: o recorrer às comparações para repreender ou fazer a criança ver qual o comportamento desejável não é uma boa estratégia pedagógica. Não é positivo para nenhuma das crianças, e há sempre alguma que fica prejudicada com a situação.
     Termina-se com uma proposta: uma vez por dia (no mínimo), elogiar algo bem feito de cada criança, com naturalidade e no momento em que a criança realiza o comportamento alvo do elogio.

RONEIDE VALERIANO

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Meu trabalho? PSICOPEDAGOGIA


Quando se fala em educação, rapidamente vem à mente a questão dos problemas de Aprendizagem.
De modo geral, o trabalho do terapeuta Psicopedagogo inicia-se mediante as queixas da escola e pais, em relação à aprendizagem da criança.
O trabalho do Psicopedagogo inicia-se com o processo avaliativo e diagnóstico, através de testes, verificando as possíveis "limitações" de Aprendizagem, diante do contexto:
1. Problemas ambientais – relacionados aos aspectos familiares;
2. Avaliação e sondagem dos sinais e sintomas Neurofisiológicos - TDAH, Autismo, Discalculia e Déficit intelectual;
3. Transtornos Específicos de Aprendizagem - Dislexia, Disortografia, Disgrafia e também Discalculia.
Atenção:
OS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM não afeta a inteligência, portanto, não é preciso nenhum tipo de medicamentos, apenas processo de intervenção, por ser uma dificuldade em utilizar a linguagem.
É o Psicopedagogo que faz a avaliação inicial encaminha a outros profissionais quando necessário e faz o tratamento terapêutico mediante o processo de intervenção psicopedagogica, utilizando instrumentos próprios da psicopedagogia para este fim.
A não-aprendizagem na Escola é uma das causas das quais o Professor deve ficar atento, pois há possibilidade dos aspectos:
1.ORGÂNICO;
2.COGNITIVO;
3.EMOCIONAL;
4.SOCIAL;
5.PEDAGÓGICO - Adaptação metodológica


Fonte: consultoria Psicopedagógica

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O que não se deve falar para as crianças

Os pais são os exemplos dos filhos e suas atitudes podem ter um impacto positivo ou negativo naformação da personalidade e identidade social da criança. Por isso, de acordo com o pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, existem algumas coisas que jamais devem ser ditas às crianças ou faladas na frente delas. Veja quais são:

1 – Não rotule seu filho de pestinha, chato, lerdo ou outro adjetivo agressivo, mesmo que de brincadeira. Isso fará com que ele se torne realmente isso.
2 – Não diga apenas sim. Os nãos e porquês fazem parte da relação de amizade que os pais querem construir com os filhos.
3 – Não pergunte à criança se ela quer fazer uma atividade obrigatória ou ir a um evento indispensável. Diga apenas que agora é a hora de fazer.
4 – Não mande a criança parar de chorar. Se for o caso, pergunte o motivo do choro ou apenas peça que mantenha a calma, ensinando assim a lidar com suas emoções.
5 – Não diga que a injeção não vai doer, porque você sabe que vai doer. A menos que seja gotinha, diga que será rápido ou apenas uma picadinha, mas não engane.
6 – Não diga palavrões. Seu filho vai repetir as palavras de baixo calão que ouvir.
7 – Não ria do erro da criança. Fazer piada com mau comportamento ou erros na troca de letras pode inibir o desenvolvimento saudável.
8 – Não diga mentiras. Todos os comportamentos dos pais são aprendidos pelos filhos e servem de espelho.
9 – Não diga que foi apenas um pesadelo e mande voltar para a cama. As crianças têm dificuldade de separar o mundo real do imaginário. Quando acontecer um sonho ruim, acalme seu filho e leve-o para a cama, fazendo companhia até dormir.
10 – Nunca diga que vai embora se não for obedecido. Ameaças e chantagens nunca são saudáveis.


sábado, 13 de julho de 2013

POR QUE OS DEFICIENTES INTELECTUAIS ACATAM ORDENS DOS AMIGOS?



Verificando os bastidores deste blog, encontrei uma pesquisa bastante interessante: "COMO ENSINAR A UM DEFICIENTE INTELECTUAL QUE ELE NÃO PODE FAZER TUDO O QUE LHE MANDAM"?

Vivenciei esse problema durante quatro dos seis anos que cuidei de uma adolescente com atrofia do cerebelo e dois dos três anos que cuidei de um garoto com paralisia cerebral. Portanto, sei muito bem como é este problema.

As reclamações de que aprontavam eram muitas. Para falar a verdade, quase todos os dias. Muitas vezes, fui buscá-los na diretoria do Colégio onde trabalhava. Além disso, os pais eram chamados e depois da conversa com o Diretor ou Coordenadora, onde ouviam a série de reclamações, corriam desesperados para minha sala querendo saber o que fariam com o filho ou filha.

Na verdade, essas ordens são dadas por colegas. E fazem isso por que querem se divertir às custas dos deficientes intelectuais, ao mesmo tempo que revelam uma atitude preconceituosa e desrespeitosa pelos sentimentos dos colegas mais inocentes. Isso quando não praticam o bullyng. E a razão é simples:

Ao chegarem ao 5º ano, todas as crianças começam a se "enturmar". E passam a formar grupinhos. Primeiro, do mesmo sexo e, um pouco mais tarde, esses grupos passam a ser mistos. Isto porque é uma necessidade do desenvolvimento humano. Com os deficientes intelectuais não é diferente. Eles também necessitam de amigos da mesma idade para conversar, trabalhar junto, obter informações etc.

Porém, os "amigos" não estão muito afim deles: por julgá-los esquisitos ou feios, por vergonha de tê-los por perto, por  medo do que os "paqueras" podem achar ou por preconceito mesmo. Por isso, ou por tudo isso junto, os isolam.

Mas, os deficientes querem (como qualquer outra pessoa) ser aceitos numa roda ou grupo de amigos. Porém, quando nessa roda ou grupo existem alguns "espertinhos", esses propõem uma condição: "Só se você fizer X coisa". E os deficientes aceitam e fazem o que mandam porque não conseguem prever as consequências desse ato.


Antes de se ensinar o deficiente intelectual a não fazer determinadas coisas, é preciso conscientizar o "grupo " ou classe onde esse deficiente está incluído. Falar abertamente a problemática dele para que saibam com quem estão lidando, das dificuldades que ele (deficiente) vai encontrar e, principalmente, como devem lidar com ele. Dizer isso, não é segregar, mas ajudar a compreender. E sempre fazendo com que se coloquem no lugar do deficiente.

O projeto de inclusão é lindo. Mas, infelizmente nossas escolas ainda não estão adaptadas para isso. Acreditam que basta colocar o deficiente numa classe, que a inclusão está feita. Esse é apenas o primeiro passo. O segundo, o de inseri-lo nesse grupo, é bem mais difícil e trabalhoso. 

Inserir é fazer o deficiente intelectual se sentir parte da classe ou do grupo como outro aluno qualquer, e fazer com que a turma sinta que ele é membro desse grupo ou classe. Inserir é respeitar a sua condição com programação, conteúdos, exercícios e materiais que sejam capazes de fazê-los evoluir  apesar de suas dificuldades. 

Inserir é compreender e fazer com que os colegas de turma compreendam que o cérebro dos deficientes intelectuais é mais lento e, portanto, requer mais repetições, com  trabalhos diferenciados e concretos, com provas específicas que avaliem suas conquistas dentro do que foi proposto  e não do que foi trabalhado com a turma. E esta é uma atividade que engloba a todos: direção, coordenação, professores, auxiliares escolares (inspetores, faxineiros, porteiros etc) e dos alunos da escola como um todo. Isto servirá de exemplo de respeito aos demais alunos.


Muitos pais pedem aos filhos que se afastem dos deficientes intelectuais por medo que contraiam a "doença". Isto é desconhecimento. Deficiência intelectual não "pega" porque não é transmitida por contato, nem por um vírus que se espalha pelo ar. E cabe à Escola promover palestras, conversas e reuniões sobre o assunto  para pais, professores e alunos para que esta atitude (preconceituosa ou não) melhore beneficie a comunidade em em seu entorno. 

Só então podemos pensar em ensinar os deficientes a não fazer o que os amigos  mandam.  E será que vai ser preciso?

Agora, se nada disso for feito, não culpe ou puna o deficiente. Ele é o menos culpado nessa história. Converse com ele, diga que não pode (repita um milhão de vezes se for necessário). Um dia, ele entenderá.


Sueli freitas

terça-feira, 25 de junho de 2013

COMO ENSINAR AUTOESTIMA PARA AS CRIANÇAS


Como ensinar autoestima para as crianças

Psicóloga dá dicas para incentivar o "eu me amo" na medida certa



autoestima (Foto: shutterstock)
















A psicóloga Beatriz Acampora, professora da Universidade Estácio de Sá (RJ) e autora do livro Autoestima: Práticas para Transformar Pessoas (Ed. Wak), com previsão de lançamento para este mês, explica a importância do amor próprio e de como os pais podem ajudar as crianças a desenvolverem esse sentimento.
CRESCER: Quando começa a formação da autoestima?
Beatriz Acampora:
 Desde que a criança nasce. No começo, ela se vê como extensão da mãe, então, para estimular a autoestima, é importante pegar o bebê no colo, dar carinho, amor, afeto. Aos poucos, ele começa a ver que a mãe não é só dele, que sai para trabalhar, e começa a ter outros cuidadores e a desenvolver a noção do “eu” e do “outro”. Com 1 ano, a criança já se olha no espelho e fala: “Bebê”. Às vezes, se beija no espelho.
C.: E qual é o papel dos pais nesse momento?
B.A.: Eles precisam estimular o filho a se reconhecer. Não podem superproteger e precisam incentivar a independência, para ele começar a criar a sua autoestima. Isso não significa só dizer coisas boas para a criança, mas também encorajar os pequenos sucessos. Se ela está aprendendo a andar e consegue ficar dois ou três segundos em pé, é importante festejar isso, dar o reforço positivo. Outra opção é apresentar pequenos desafios, como deixar a criança tentar encaixar as peças de um quebra-cabeça sozinha e fazer festa quando ela conseguir. Essa satisfação própria, que vem do mérito de ter feito algo sem ajuda, fortalece a construção do autoconceito. Entre 3 e 4 anos, ela já pode escolher a roupa, ir ao banheiro e tomar banho sozinha (com supervisão), e isso deve ser estimulado, para que ela aprenda a cuidar de si, a se valorizar e a fazer suas escolhas.
C.: O que acontece quando os pais exageram nos elogios e tratam o filho como se ele fosse “o máximo”? Como não cair nessa cilada?
B.A.: É um grande erro dizer sempre que a criança é demais, tudo de bom. O ideal é estimular dentro do processo de realidade – e a frustração faz parte da vida, a criança precisa aprender a lidar com ela e superá-la. Os pais precisam mostrar que têm defeitos, fraquezas e qualidades, e que isso é normal do ser humano, assim como errar também é normal. Se a criança vir isso nos pais, vai reconhecer em si mesma os mesmos sentimentos, de forças e fraquezas. É importante mostrar que fazemos o nosso melhor, mas às vezes erramos, e aí corrigimos e tentamos fazer melhor da próxima vez.
C.: Criticar demais também pode prejudicar o desenvolvimento da autoestima da criança?
B.A.: Críticas pejorativas não são boas. É preciso ter cuidado com as palavras, porque uma comunicação negativa pode ter um impacto grave na criança. Para ela tudo é uma experiência, não existe certo e errado, então a maneira de repreender, o tom da voz, a fala, tudo tem que estar bem claro. Se ela bate em um colega, por exemplo, os pais não podem falar que ela é feia, horrível ou mesmo bater também. A criança tem que ser orientada com atenção e cuidado, para entender o que não pode, aprender a compartilhar e brincar junto. Falar coisas como “você sempre estraga tudo”, “esse menino é uma peste” e “você está me envergonhando” faz com que a criança se sinta inadequada. É melhor dizer: “você pode melhorar nisso e naquilo”, “eu posso te ajudar a superar essa dificuldade dessa forma”, “você é tão bacana, não precisa agir assim” e “existe lugar para tudo, aqui você não pode fazer isso”. Tudo sem ofender. A criança entende o que você fala, e quanto mais ela ouvir que é feia, que não faz nada direito, mais ela acredita que aquilo é verdade, o que resulta em baixa autoestima e que pode ser levada para a vida adulta.

Por Fernanda Carpegian