quarta-feira, 27 de março de 2013

REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO - AUDIÊNCIA PÚBLICA

Caros Colegas psicopedagogos
A próxima semana será muito especial para a psicopedagogia do/no Brasil. Na quarta-feira, dia 3 de abril às 10 horas acontecerá a Audiência Pública que dispõe sobre a regulamentação do exercício da atividade psicopedagógica.

Para tanto, além da “torcida” de todos e de cada um, pedimos que seja feito um movimento em relação ao abaixo-assinado (disponível no final da página), pois estamos apenas com 15 mil assinaturas, o que não representa o amplo universo de psicopedagogos brasileiros. Não é necessário ser psicopedagogo para assinar. Basta ser simpatizante da nossa (legítima) causa. Pacientes, alunos, amigos, familiares. Vamos ampliar essa rede que é muito maior do que esse tímido número. Esperamos ter no dia 3 de abril, por ocasião da audiência, o dobro desse número.

O momento urge UNDADE E AÇÃO!
Grande e afetivo abraço
Iara Caierão
Presidente ABPp-RS
Gestão 2011-2013
COMUNICADO: AUDIÊNCIA PÚBLICA

A ABPp comunica que a Audiência Pública destinada a instruir o Projeto de Lei da Câmara nº 31/2010 que “Dispõe sobre a regulamentação do exercício da atividade de psicopedagogia” será realizada no próximo dia 03 de abril (quarta-feira) às 10 horasna sala de reunião da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal.

A Audiência Pública foi proposta pelo Exmo. Sr. Senador Randolfe Rodrigues, relator do referido PL ao Exmo. Senador Cyro Miranda, Presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, antes de proferir um parecer e submetê-lo à votação do colegiado, por considerar que “as características do exercício profissional do Psicopedagogo, de maneira interdisciplinar, abrange as áreas da saúde e da educação e pelo fato de que esta característica pode ensejar invasão de competências de outras profissões”.

Assim, nos termos do art. 58 da Constituição Federal, combinado com o art. 93, Inciso II do regimento Interno do Senado Federal, o Presidente da citada Comissão acatou a proposta da realização de uma Audiência Pública com a participação dos Conselhos Nacionais da Saúde e Educação e com a representação associativa dos psicopedagogos, convidando a presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Quézia Bombonatto para participar como expositora naquela ocasião.

A ABPp conta com o apoio de todos os psicopedagogos, bem como de todos que reconhecem a legitimidade e a importância do papel do psicopedagogo para a educação brasileira. O apoio pode ser assinando o manifesto a favor da Regulamentação neste site e divulgando através das redes sociais e outros meios de comunicação.

Assine aqui:
http://www.abpp.com.br/abaixo-assinado_lei_psicopedagogia.asp

quinta-feira, 14 de março de 2013

UNI-DUNI-TÊ HOJE O BULLYING É PRA VOCÊ!


Crianças se magoam mutuamente, muitas vezes mais fundo do que deveriam. Sim, elas também tem um lado sombra e precisam conhecê-lo no seu devido tempo.


 Aos 9 anos, minha filha está vivendo sua primeira crise de relacionamento com um grupo de amigas que, ela está descobrindo na pele, não são tão amigas assim. Desde que o mundo é mundo, meninas se organizam em turminhas e exercem o tirano sentimento de exclusão (acho que meninos também fazem isso, mas nada que uma bola não atenue). Aprender a lidar com essa questão faz parte do desenvolvimento social, do crescimento, da vida, enfim... a gente sabe, mas como dói quando é com o filho da gente, não é mesmo?
Não sei você, mas eu fico muito frustrada nessas horas, principalmente por perceber que minha área de atuação é limitada: não vejo como eu brigar com as meninas que deixam minha filha de lado, muito menos ir tirar satisfação com os pais delas;desde que o conflito não envolva agressão física ou violência psicológica de alto grau, a mim só compete estar aqui e ampará-la nesse aprendizado. Sentar e conversar sobre o lado sombra que todo ser humano tem é um dos papos mais difíceis que já tive com a Bruna. Explicar como o ser humano é a única espécie viva que destrói e mata também não foi uma conversa muito fácil...
Outro dia, falamos da inveja que as pessoas alimentam umas das outras. Nessa hora recorri à uma estratégia que vem dando resultado: contar de um caso parecido que aconteceu comigo quando era criança. Pra a Bruna funciona muito saber que eu já tive 9 anos e chorei sozinha no quarto também quando uma amiguinha me magoou por dizer que meu cabelo era feio. Nesse nosso papo acabei emocionada por perceber que minha filha não tinha a mínima noção dos exemplos que eu dava, ou seja, que a inveja não era um sentimento familiar ao coração dela. Mas depois ficou um vazio no meu coração de mãe: me senti como um leoa que está ensinando os filhotes a caçar, sinalizando as armadilhas pelo caminho, os golpes certos que às vezes somos obrigados a dar.
Filhote rebelde, contestador, minha Bruna encheu a conversa de “porquês” e “não é justo”, deixando acentuar que não vai desistir da briga e nem de mostrar para as meninas que elas não estão agindo certo. Pensei em quantas vezes o coração dela vai ser partido e quanto tempo vai durar essa fibra toda! Fiquei emocionada novamente então, e cheia de esperança: a tristeza e a decepção são passageiras na vida dela, seu caráter e tenacidade, não.

O mundo tá aí fora cheio de historinhas assim. Seu filho e os meus são personagens delas, às vezes como protagonistas, líderes; outras vezes como os deixados de lado na trama. Crianças, como mini-adultos, reproduzindo o comportamento que eu chamo de "gincana pela popularidade": usar pulseirinha de causa, colecionar creme de grife, postar sorriso congelado só para mostrar que a foto foi tirada no lugar da moda. Pessoas grandes fazem alianças e conchavos para comprar popularidade e sucesso – e nossos filhos assistem a isso tudo, de camarote. O resultado é que reproduzam os valores (ou a falta deles) no ambiente escolar, no play, na festinha, armando cenas e situações que, de maneira alguma, são adequadas à idade e à experiência deles. Ser deixada de lado porque não é bom na queimada é uma coisa de criança, ser deixado de lado porque não tem carro luxuoso é outra coisa bem diferente.

Até agora eu pensava que o melhor a fazer era evitar deixá-los expostos a esse jogo. Mas estou enxergando um risco maior em não falar no assunto: que eles não sejam capazes de julgar o que é justo, apropriado, correto. E aí, por não saber, um dia meu filho (ou o seu filho) vira personagem da armação como protagonista, e pode gostar (eu confio que não, mas será o suficiente?) e nem perceber que está pisando na cabeça de outra pessoa, inebriado pela sensação fugaz de ser popular.
Decidi, portanto, que precisamos acompanhá-los, à distância, nesse jogo social, pois a atuação deles nesse contexto reflete um importante traço da personalidade em construção: a capacidade de fazer alianças; para cooperação, sim, mas também alianças em busca de status e recompensas. De qualquer modo, o que me amargura um pouco é a sensação de que isso está acontecendo um pouco cedo demais, e que isso pode ser resultado de uma super-exposição inadequada a valores adultos de popularidade a qualquer preço. Você pensa o quê sobre tudo isso?

 Adriana Teixeira





segunda-feira, 4 de março de 2013

A PÍLULA DA POLÊMICA



Diagnósticos errados ajudam a fazer de Porto Alegre a capital brasileira líder em consumo de medicamentos para o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

Como maior centro de diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) no país, é compreensível que a capital gaúcha acabe também tendo também o maior índice de casos da doença diagnosticados. Esses e outros fatores tornaram Porto Alegre a capital brasileira líder em consumo de medicamentos para o problema, segundo pesquisa divulgada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último dia 18. Mas os especialistas admitem: muitas pessoas – entre elas, crianças e adolescentes – utilizam esses remédios sem necessitá-los.

Coletados a partir dos registros do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) da agência, os dados mostraram que, entre 2009 e 2011, o uso de metilfenidato – comercializado no Brasil com os nomes Ritalina e Concerta – aumentou 75% na faixa dos seis aos 16 anos.

Defensor da ideia de que o medicamento ajuda a reduzir um sério problema do desenvolvimento humano e infantil, o psiquiatra Luis Augusto Rohde, responsável pelo Programa de Transtornos de Déficit de Atenção/Hiperatividade do Hospital de Clínicas, concorda que, em muitos casos, a prescrição é feita indevidamente, em consultas rápidas. Entre os adultos, o problema maior são as pessoas que apenas desejam aumentar o desempenho nos estudos. Entre crianças e adolescentes, desatenção e agitação podem acabar justificando o uso do remédio.

A questão é que nem toda criança agitada e dis- traída tem TDAH. O diagnóstico é bem mais complexo do que isso, alerta a psicóloga Lilian Shontag. Mesmo que a criança apresente todos os sintomas – desatenção, impulsividade, baixa tolerância a frustração, tendência a se distrair facilmente e excessiva atividade em hora e lugar errados – pode não ter a doença.

No seu consultório, a psicóloga Alice Peres Duarte recebe inúmeras crianças com o problema diagnosticado. A maioria delas, no entanto, poderia estar recebendo um tratamento que não se encontra na farmácia:

– Vejo crianças muito novas sendo tratadas indevidamente. Da amostra que atendi, boa parte não precisaria estar sendo medicada. Precisava, sim, era de pais mais presentes.

Segundo Alice, são crianças ansiosas, carentes, que fazem uma série de peripécias para chamar a atenção. Elas têm um estilo de vida solitário e atitudes que, às vezes, extrapolam o limite da gracinha e resultam em comportamentos atrapalhados ou desatentos. E fazem isso para atrair o olhar dos responsáveis.

Os efeitos costumam ser notados na escola, quando professores diagnosticam dificuldade na aprendizagem ou veem crianças que querem fazer tudo ao mesmo tempo, mas não conseguem terminar nada. O fato faz com que alguns professores indiquem que os pais procurem tratamento. A psicóloga conta que vários pacientes chegam recomendados pelas escolas.

– Elas querem soluções a curto prazo. Mas muitas vezes a criança é encaminhada, medicada, e os conflitos continuam. Cada criança tem uma história. Não se pode uniformizar o tratamento.


Lara Ely





PROFESSORES E PAIS AJUDAM NO DIAGNÓSTICO



Especialistas ressaltam importância da escola e da família no enfrentamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.Um dos transtornos neurológicos do comportamento mais comuns da infância, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) afeta de 8% a 12% das crianças no mundo. Os fatores que levam à doença podem ser hereditários e comportamentais, copiados dos pais ou responsáveis. O problema é quando ela não é diagnosticada ou o diagnóstico é feito de forma errada.

Estudo do oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de Campinas, mostrou que, das 365 crianças que começaram a usar óculos de grau durante projeto desenvolvido pelo braço social do hospital, 36,2% ficaram menos agitadas, 57% ganharam concentração e 51,1% passaram a finalizar tarefas que antes não finalizavam. Significa que um par de óculos pode eliminar alguns dos principais comportamentos que caracterizam a doença – falta de atenção, agitação, dificuldade de concentração e de relacionamento interpessoal. Resultado: segundo os pesquisadores, a maioria das crianças que usava medicamentos para TDAH teve diagnóstico errado. Das 128, só 27,3% tinham a doença.
O psiquiatra Luis Augusto Rohde explica por que o diagnóstico não é tão simples:

Não existe divisão entre o grupo dos “atentos” e o dos “desatentos”. O transtorno é um conceito gradual, como o de altura ou pressão arterial. O que fazemos com a TDAH é colocar um ponto de corte a partir do nível de intensidade em que os sintomas causam prejuízo funcional na vida do indivíduo.
Adriana Fork Perez, psicóloga e terapeuta familiar, diz que, embora existam protocolos para a avaliação, na prática a soberania do diagnóstico é clínica:

– É preciso observar o comportamento da criança no dia a dia e estar atento às queixas da escola e da família.
Mesmo com o diagnóstico correto, outra pesquisa afirma que os medicamentos não são eficazes. Divulgado no mês passado, o estudo do Centro de Crianças da Universidade Johns Hopkins (EUA) publicado no Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry revela que nove em cada 10 crianças com TDAH moderado ou grave continuam a enfrentar os sintomas muito tempo depois de seus diagnósticos originais. Mostrou, também, que inúmeras crianças que tomam medicamentos para o problema tinham sintomas tão graves quanto aqueles que estavam sem medicação.

A psicóloga Adriana, porém, tem outra experiência no consultório:
– O uso da medicação é muito eficaz na diminuição da intensidade dos sintomas.

Jornal ZERO HORA








domingo, 3 de março de 2013

QUANDO O XIXI NA CAMA DEIXA DE SER NORMAL

Fazer xixi na cama é motivo para 88,6% das crianças que molham os lençóis à noite serem punidas com algum tipo de agressão, mostra uma pesquisa realizada pelo Serviço de Urologia da Uerj. Sendo que 48,5% delas sofrem violência física. Porém, urinar na cama não é manha de criança, mas sim uma doença no trato urinário, chamada enurese noturna, que atinge 15% dos meninos e meninas com 7 anos.

Os pais, muitas vezes, veem o problema como desobediência, preguiça ou transtorno psicológico. Mas um estudo feito na Austrália com 5 mil crianças comprovou que essa relação não existe.

- É uma doença como outra qualquer. Não tem nada a ver com distúrbios da mente. Os pais precisam perceber que é um problema biológico e procurar ajuda. Eles não podem aceitar que o médico diga que xixi na cama é normal - explica o professor da Universidade de Lund, na Suécia, e chefe do departamento de pesquisa em urologia da Ferring Pharmaceuticals, Jens Peter Norgaard.

Possíveis causas

O xixi na cama passa a ser considerado doença quando persiste após os 5 anos; acontece, em média, três vezes por semana e provoca angústia na criança. A enurese tem três causas básicas: bexiga contraída, isto é, com tamanho insuficiente em relação ao volume de urina; produção elevada de urina; e inabilidade para acordar à noite e ir ao banheiro.

- É importante observar cada caso. Se o xixi na cama representar um sofrimento muito grande, mesmo que não seja tão frequente, essa criança também merece tratamento - diz a chefe do setor de urodinâmica pediátrica do Hospital dos Servidores, Eliane Garcez da Fonseca.

Remédios indicados

O tratamento da enurese noturna é feito com medicamentos, de acordo com as causas do problema. Se a doença for provocada pelo aumento da produção de urina, é recomendado o uso da substância desmopressina por um período médio de três meses. Já se a causa for bexiga contraída, são prescritos anticolinérgicos.

Isabela Guerreiro