terça-feira, 26 de junho de 2012

O que é a Síndrome de Déficit de Atenção e como lidar com ela.



 
SDA (Síndrome de Déficit de Atenção) é o nome que se dá a uma condição em que a pessoa, quando comparada a outra, da mesma idade e sexo, mostra uma sensível redução de habilidades para manter a atenção, controlar suas ações ou dizer algo sem pensar, regular as atividades físicas de acordo com a situação, ser motivada a ouvir os outros e compreender e acatar o que lhe foi dito.

A SDA é causada por uma pequena disfunção cerebral que torna a pessoa incapaz de pensar claramente, de ter um humor estável, de manter as fantasias e impulsos sob controle, de estar satisfatoriamente motivada na vida e de regular essa energia na proporção correta, dentro da situação em que se encontra.

Estudos comprovam que, além da falta de atenção, impulsividade, irritabilidade, intolerância e frustração são alguns sintomas de quem é portador de SDA e que acabam tendo maior tendência à depressão e uso de drogas e álcool.

A maioria são pessoas hiperativas, com dificuldade de aprendizagem, mesmo quando têm inteligência acima da média.

Um dos problemas mais graves a serem enfrentados é a discriminação de professores,colegas e até da família. Os pais, muitas vezes, criam um ambiente de tensão, ao exigirem que elas se comportem ou dêem respostas como as outras.

Tudo isso contribuiu para que as pessoas nessas condições tenham autoestima baixa e passem a exigir atenção especial de pais e educadores pois elas nem conseguem ficarpor muito tempo paradas ou em silêncio.

Se é hiperativa, a pessoa com SDA sofre ainda com o aumento das suas reações emocionais e por não reconhecer seus limites, sendo que em ambiente estressante o problema tende a se agravar.

Outros sintomas: desorganização, esquecimento, falta de senso de horário, criatividade e inteligência mas com pouco rendimento, dificuldade de concentração, para seguir ordens ou direção, para aguardar sua vez em filas ou para participar de jogos, para ouvir os outros sem interromper e para não se distrair facilmente.

De "Disfunção Cerebral Mínima" como era conhecido, o problema passou a ser considerado, mais recentemente, como déficit ou distúrbio de atenção. E mesmo o conceito de déficit está mudando, com a inclusão de qualidades como criatividade, alta inteligência, senso de intuição e habilidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo.

Hoje sabe-se que pessoas como Steven Spielberg, Thomas Edson, Einstein, Leonardo da Vinci, Walt Disney, John Lennon, Louis Pasteur e tantos outros que se destacaram pela genialidade tinham SDA.





A SDA é um problema que atinge nada menos do que 1/3 da população mundial, segundo levantamento realizado recentemente por especialistas dos Estados Unidos.

No Brasil, onde a problemática não é diferente, já se sabe que pelo menos 10% da população infantil sofre com os sintomas mais graves dessa síndrome.

Segundo informações da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil essetranstorno afeta um grande número de crianças, comprometendo o desempenho escolar, dificultando as relações interpessoais e provocando baixa auto-estima.

A dificuldade em conviver com essa situação é provocada mais pela falta de informaçãoe de compreensão dos pais e educadores, pois a questão é entender como são essas pessoas e como elas se comportam.

A partir do diagnóstico, a solução torna-se possível com a adoção de medidas que incluem um novo direcionamento na sua educação, não apenas na escola, mas em casa e em outros ambientes, sempre procurando uma acomodação de acordo com as suas necessidades. Também é fundamental que esse trabalho educacional seja integrado, incluindo pais e professores, com uma grande dose de compreensão, determinação, perseverança e paciência.




Como lidar com alunos agitados e dispersivos
Uma criança com Síndrome de Déficit de Atenção (SDA) na sala de aula deixa qualquer professor frustrado. Ela não para quieta, não presta atenção, distrai os colegas e prejudica o andamento da aula. Seu desempenho escolar é, na maioria das vezes, vergonhoso.
Estudos feitos nos Estados Unidos trazem boas notícias: é possível amenizar os sintomas da SDA através de estratégias de intervenção no comportamento. Uma aula onde a professora oferece feed-back frequente e supervisiona os alunos um por um, por exemplo, ajuda a manter a criança atenta. O mesmo acontece quando as tarefas são dinâmicas e criativas. Tarefas repetitivas e pouco retorno, por outro lado, favorecem o aparecimento dos sintomas.
Segundo os estudos, o professor obtém bons resultados:
- organizando as carteiras em círculo (ao invés de fileiras);
- propondo tarefas ativas (criar, construir), não passivas (preencher, responder);
- adotando um ritmo dinâmico nas aulas e criando oportunidades para os alunos participarem;
- fornecendo aos alunos um programa com as atividades do dia;
- usando recursos e formas de apresentação inusitados;
- elogiando o aluno quando ele demonstrar esforço e castigando-o quando ele sair da linha (ele deve saber que o mau comportamento traz consequências).
Outras dicas:
- Seja claro e objetivo ao definir as regras de comportamento dentro da sala de aula
- O aluno deve receber retorno não somente depois de terminar uma tarefa, mas enquanto estiver trabalhando
- Quando der instruções, peça para o aluno com SDA repetí-las para a classe
- Peça para o aluno fazer uma avaliação de seu comportamento e depois compará-la à sua.
- Professor e aluno podem, juntos, estabelecer metas e medir o progresso feito; o desafio motiva crianças com SDA.



quinta-feira, 14 de junho de 2012

Transtorno Desafiador Opositivo

  
  • Características Diagnósticas
          A característica essencial do Transtorno Desafiador Opositivo é um padrão recorrente de comportamento negativista, desafiador, desobediente e hostil para com figuras de autoridade, que persiste por pelo menos 6 meses e se caracteriza pela ocorrência freqüente de pelo menos quatro dos seguintes comportamentos:
- perder a paciência, discutir com adultos, desafiar ativamente ou recusar-se a obedecer a solicitações ou regras dos adultos , deliberadamente fazer coisas que aborrecem outras pessoas, responsabilizar outras pessoas por seus próprios erros ou mau comportamento, ser suscetível ou facilmente aborrecido pelos outros, mostrar-se enraivecido e ressentido, ou ser rancoroso ou vingativo.
        Os comportamentos negativistas ou desafiadores são expressados por teimosia persistente, resistência a ordens e relutância em comprometer-se, ceder ou negociar com adultos ou seus pares. O desafio também pode incluir testagem deliberada ou persistente dos limites, geralmente ignorando ordens, discutindo e deixando de aceitar a responsabilidade pelas más ações. A hostilidade pode ser dirigida a adultos ou a seus pares, sendo demonstrada ao incomodar deliberadamente ou agredir verbalmente outras pessoas (em geral sem a agressão física mais séria vista no Transtorno da Conduta).
       As manifestações do transtorno estão quase que invariavelmente presentes no contexto doméstico, mas podem não ser evidentes na escola ou na comunidade. Os sintomas do transtorno tipicamente evidenciam-se mais nas interações com adultos ou companheiros a quem o indivíduo conhece bem, podendo assim não serem perceptíveis durante o exame clínico. Em geral, os indivíduos com este transtorno não se consideram oposicionais ou desafiadores, mas justificam seu comportamento como uma resposta a exigências ou circunstâncias irracionais.
  • Características e Transtornos Associados
           As características e transtornos associados variam em função da idade do indivíduo e gravidade do Transtorno Desafiador Opositivo. No sexo masculino, o transtorno é mais prevalente entre aqueles indivíduos que, nos anos pré-escolares, têm temperamento problemático (por ex., alta reatividade, dificuldade em serem acalmados) ou alta atividade motora. Durante os anos escolares, pode haver baixa autoestima, instabilidade do humor, baixa tolerância à frustração, blasfêmias e uso precoce de álcool, tabaco ou drogas ilícitas. Existem, freqüentemente, conflitos com os pais, professores e companheiros. Pode haver um círculo vicioso, no qual os pais e a criança trazem à tona o que há de pior um do outro. O Transtorno Desafiador Opositivo é mais prevalente em famílias nas quais os cuidados da criança são perturbados por uma sucessão de diferentes responsáveis ou em famílias nas quais práticas rígidas, inconsistentes ou negligentes de criação dos filhos são comuns. O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é comum em crianças com Transtorno Desafiador Opositivo, bem como os Transtornos da Aprendizagem e da Comunicação.
  • Características Específicas à Idade e ao Género
          Uma vez que o comportamento oposicional temporário é muito comum em crianças pré-escolares e adolescentes, deve-se ter cuidado ao fazer o diagnóstico de Transtorno Desafiador Opositivo, especialmente durante esses períodos do desenvolvimento. O número de sintomas de oposição tende a aumentar com a idade. O transtorno é mais prevalente em homens do que em mulheres antes da puberdade, mas as taxas são provavelmente iguais após a puberdade. Os sintomas em geral são similares em ambos os gêneros, à exceção do fato de que os homens podem apresentar mais comportamentos de confronto e sintomas mais persistentes.
PrevalênciaAs taxas de Transtorno Desafiador Opositivo são de 2 a 16%, dependendo da natureza da amostra populacional e métodos de determinação.
       O Transtorno Desafiador Opositivo em geral manifesta-se antes dos 8 anos de idade e habitualmente não depois do início da adolescência. Os sintomas opositivos freqüentemente emergem no contexto doméstico, mas com o tempo podem aparecer também em outras situações. O início é tipicamente gradual, em geral se estendendo por meses ou anos. Em uma proporção significativa dos casos, o Transtorno Desafiador Opositivo é um antecedente evolutivo do Transtorno da Conduta.
  • Padrão Familiar
       O Transtorno Desafiador Opositivo parece ser mais comum em famílias nas quais pelo menos um dos pais tem uma história de Transtorno do Humor, Transtorno Desafiador Opositivo, Transtorno da Conduta, Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Transtorno da Personalidade Anti-Social ou um Transtorno Relacionado a Substâncias. Além disso, alguns estudos sugerem que as mães com Transtorno Depressivo estão mais propensas a terem filhos com comportamento oposicional, mas não está claro o grau em que a depressão materna é causa ou conseqüência do comportamento oposicional nas crianças. O Transtorno Desafiador Opositivo é mais comum em famílias nas quais existe séria discórdia conjugal.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

WISC III: Escala de Inteligência Wechsler para crianças





 Postagem para atender solicitação de uma mãe , que está preocupada e em busca de saber mais sobre este teste, pois o neurologista de sua filha solicitou a  realização do mesmo.








Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC) e tem por finalidade avaliar a capacidade intelectual de crianças. O WISC-III é composto por 13 subtestes, sendo 12 deles mantidos do WISC-R e um novo subteste, Procurador de Símbolos, organizados em dois grupos: Verbais e Perceptivos-motores ou de Execução, que são aplicados nas crianças em ordem alternadas, ou seja, um subteste de Execução e depois um subteste verbal e vice-versa. Os Subtestes Verbais são compostos pelos itens: Informação, Semelhanças, Aritmética, Vocabulário, Compreensão e Dígitos, enquanto que os subtestes de Execução são formados pelos itens: Completar Figuras, Código, Arranjo de Figuras, Cubos, Armar Objetos, Procurar Símbolos e Labirintos. Na elaboração do WISC-III, muitas investigações foram realizadas (teóricas e empíricas) e, embora tenham sido realizadas melhoras substanciais e acrescentado importante número de itens novos, as características fundamentais do WISC e do WISC-R mantiveram-se iguais no WISC-III.
Como no WISC-R, o WISC-III, é formado por diversos sub-testes que avaliam diferentes aspectos da inteligência, sendo o desempenho das crianças nesses sub-testes resumidos em três medidas que oferecem estimativas da capacidade intelectual das mesmas a saber: QIs Verbal, Execução e Total. O WISC-III oferece também estimativas de quatro escores opcionais de índices fatoriais, sendo que, o desempenho da criança nos subtestes resulta em três medidas: escore em QI Verbal, escore em QI de Execução e QI Total.
A Escala de Inteligência Wechsler para Crianças WISC-III, foi desenvolvida levando em consideração a concepção da inteligência como uma entidade agregada e global, ou seja, capacidade do indivíduo em raciocinar, lidar e operar com propósito, racionalmente e efetivamente com o seu meio ambiente. Por esta razão, os subtestes foram selecionados com o objetivo de investigar muitas capacidades mentais diferentes, mas que juntas, oferecem uma estimativa da capacidade intelectual geral da criança.
Como medida da capacidade intelectual geral, o WISC-III pode ser utilizado para diferentes finalidades, como por exemplo: avaliação psicoeducacional, diagnóstico de crianças excepcionais em idade escolar, avaliação clínica, neuropsicológica e pesquisa. Além disso, o instrumento pode ser útil não apenas para diagnósticos de deficiências ou avaliações de uma criança, mas também para identificar as forças e fraquezas do sujeito e fornecer informações relevantes para a elaboração de uma programação educacional específica para cada caso.


 Adaptação do texto de  Maria Beatriz Zanarella Cruz que relizou  pesquisa com crianças em programas para superdotados intelectuais, com deficiências mentais e com distúrbios de aprendizagem.