Como prevenção contra esta vulnerabilidade, salienta-se a importância da modelagem familiar e social (exemplos observados pela criança; em especial os pais, educadores e outras crianças de idades aproximadas), bem como o estilo parental educativo e o tipo de vinculação precoce estabelecido nos primeiros meses de vida.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Ansiedade Infantil/Juvenil
Como prevenção contra esta vulnerabilidade, salienta-se a importância da modelagem familiar e social (exemplos observados pela criança; em especial os pais, educadores e outras crianças de idades aproximadas), bem como o estilo parental educativo e o tipo de vinculação precoce estabelecido nos primeiros meses de vida.
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Jogos de regra no diagnóstico e na intervenção psicopedagógica
Jogos de regra podem ser um importante instrumento no diagnóstico psicopedagógico.
As situações que surgem durante o jogo – escolhido livremente ou proposto pelo psicopedagogo permitem observar: como o sujeito usa seus próprios recursos cognitivos e expressa suas emoções, como compreende e como aprende instruções e regras do jogo, se aparecem respostas constantes do tipo: “Não sei”, “Não entendi”, “Esse é difícil”, “Mas…tem solução?”, o modo de enfrentar situações novas, o nível de atenção e o foco na tarefa, as indecisões para iniciar, para continuar, como enfrenta as dificuldades, seus esforços, ograu de paciência e persistência nas tentativas e estratégias, o nível de resistência à frustracão, as estratégias que usa para jogar – se faz planejamentos, antecipações,se joga “ao acaso” ou faz escolhas “refletidas”, se explora possibilidades –, o nível de solução de problemas,a lógica usada na busca de soluções, se pede ajuda ou não, se parece admitir que pode contar com a ajuda do psicopedagogo, o nível de autonomia ao jogar – quando já conhece o jogo/quando ainda não conhece o jogo, a ansiedade mobilizada pelo jogo, a agressividade, os medos, conflitos e defesas, como lida com o erro – o erro paralisante e o erro como estímulo para buscar novos caminhos-, os argumentos que usa para justificar os erros e os acertos, como lida com o ganhar e o perder.
Os dados observados nos jogos de regra são analisados e integrados ao conjunto de dados obtidos durante a avaliação psicopedagógica para se chegar à Compreensão Diagnóstica.
Fragmentos de casos clínicos em que jogos de regra são utilizados no diagnóstisco psicopedagógico – como O Jogo da Velha, Quarteto, Resta Um, Cara a Cara, Can Can, Torre de Hanói, A Hora do Rush – são relatados e discutidos.
Os jogos de regra constituem também um dos pilares do trabalho de intervenção psicopedagógica: desempenham uma função estruturante que gera transformações e abre possibilidades de aprendizagem.
O jogo cria um espaço transicional – possibilita “conversar sobre o que realmente importa como se não importasse tanto”.
Ao experimentar acontecimentos totais – como os jogos de regra – a criança/o adolescente recupera a possibilidade de aprender com a experiência e pode transpor essa experiência para outras situações de aprendizagem.
Rosa Maria Junqueira Scicchitano
quarta-feira, 4 de abril de 2012
“Porque não, não é resposta”.
Exigir obediência sem qualquer explicação é o mesmo que robotizar a criança. Explicar os motivos pelos quais não se deve ficar de pé na cadeira, não colocar o dedo na tomada ou não pisar descalço no chão molhado, dentre tantas outras situações cotidianas, são formas de estimular o pensamento crítico e consequente formação de opinião.
Hoje se costuma afirmar que o aluno do século XXI deve ser instigado a ser protagonista da sua aprendizagem e que deve formar opinião, porém isso só será possível se ele tiver desenvolvido o pensamento crítico. Afinal, este é o alicerce tanto para o exercício de um quanto de outro. Tanto a família quanto a escola têm que estimular que a criança reflita e tire suas próprias conclusões.
EXERCITANDO A REFLEXÃO
A escola vem de um modelo didático engessado, no qual o aluno nunca foi instigado a pensar criticamente. Disciplinas como Filosofia, Sociologia e História sempre foram ministradas sem o exercício da reflexão, assim como Matemática, Português e demais. Esta insensatez não deixa outra alternativa aos professores que não exigir que os alunos decorem o conteúdo. Como podem os alunos se apropriar e formar opinião sobre as teorias dos filósofos se não pensam criticamente sobre a atitude e a forma de pensar presente na gênese destas teorias?
Há várias maneiras de o professor instigar o pensamento crítico no aluno como, por exemplo, através da curiosidade, da dúvida ou da incerteza, promovendo discussão crítica e propiciando argumentos contra ou a favor. Afinal, quem pode garantir que o que está sendo ali afirmado está imutavelmente certo? Se o aluno perceber e se convencer de que está certo vai se apropriar com convicção e saberá em que situação fará uso do que está sendo aprendido. Porém, se discordar e fundamentar, pode ser que esteja dando um novo rumo ao que até o momento era tido como correto. Situação rara? Talvez não!
ALUNO COMO PROTAGONISTA DA APRENDIZAGEM
Com esta didática o professor estará desenvolvendo o pensamento crítico, bem como propiciando a participação ativa nas aulas e a formação de opinião, tornando o aluno protagonista da sua aprendizagem.
O exercício do pensamento crítico também tem que ser estimulado pela família desde a mais tenra infância. Respostas como: “Faça isso porque eu estou mandando”, “Não vai porque eu não quero”, “Já disse que não e pronto!” são frases que inibem o desenvolvimento do pensamento crítico e consequentemente propiciam o comportamento robotizado da criança, bem como podem instigar a desobediência. Muitas vezes a não apropriação do conceito pela criança a instiga a tentar novamente. Este tentar várias vezes é tido como teimosia, mas na verdade é a necessidade de experimentação que é inata ao ser humano – e que fica potencializada pela falta de orientação significativa.
OPORTUNIDADES PARA QUEM TEM ATITUDE
O pensamento crítico é importante não só durante o período escolar, mas por toda a vida. Ter o pensamento crítico ativo é um grande diferencial nas situações nas quais se deve agir em conformidade com a moral e a ética, tão carente de usuários atualmente.
Além de propor a participação em sala de aula, é importante que a escola permita que ocorra a expressão do pensamento crítico também nos momentos de avaliação. A partir do momento que o aluno manifesta, com liberdade, seu entendimento a respeito do que está sendo abordado na avaliação, o professor adquire material para avaliar se está ou não ocorrendo a aprendizagem.
Seria interessante também que os trabalhos desenvolvidos pelos alunos, em grupo ou individualmente, tivessem, o item “Considerações finais”, onde pudessem exprimir suas opiniões sobre o que foi trabalhado.
Ao estimular o pensamento crítico a família e a escola estão ensinando o filho/aluno a ter uma atitude ativa, indo de encontro à exigência de atitude passiva que ainda hoje habita lares e escolas. Vale lembrar que a sociedade contemporânea e o mercado de trabalho dão preferência e oferecem mais oportunidades para quem sabe, exatamente, aonde quer chegar.
CYBELE MEYER