sábado, 29 de agosto de 2009

QUANDO A CRIANÇA NÃO APRENDE A LER E A ESCREVER


Considerando que a escrita é um produto da evolução histórico-cultural da humanidade, a criança, para dominá-lo precisa compreender sua organização. Do ponto de vista do sujeito que aprende, os períodos do desenvolvimento humano determinam diferentes formas de abordar o ensino da escrita.
Quando uma criança não está aprendendo a escrever devemos considerar alguns aspectos como:
O EDUCANDO: seu período de desenvolvimento e experiência cultural;
O PROFESSOR: a qualidade da mediação realizada por ele, seu conhecimento pedagógico e formação profissional;
A ESCOLA: a organização do tempo e do espaço, a gestão e o contexto de desenvolvimento por ela oferecido;
O CONHECIMENTO: o momento histórico em que ocorre o ensino-aprendizagem;
A CULTURA E A PRÁTICA PEDAGÓGICA: a dinâmica dos processos que acontecem na sala de aula.
Portanto, o olhar sobre a criança qe não aprende deve integrar o professor e suas práticas pedagógicas, a organização escolar e o contexto em que a escola/comunidade está inserida. A aprendizagem não se dá no vazio.
Tendo em vista a complexidade da não-aprendizagem na escola, está claro hoje, que toda a criança pode aprender, mas não em qualquer situação. As condições para que uma criança aprenda vão variar de acordo com seu período de formação.
O trabalho psicopedagógico entende que todo o processo de aprendizagem está articulado com a história de cada indivíduo, e o ser humano aprende mais facilmente quando o novo pode ser relacionado com algum aspecto de sua experiência prévia, com o conhecimento anterior, com alguma questão que o indivíduo se colocou, com imagens, palavras e fatos que estão em sua memória.
Resgatar a criança como um ser cultural, um ser com emoções e com uma história, é valorizar sua experiência simbólica e portanto ajudá-la a se "apropriar" do processo de aprendizagem da leitura e escrita.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

SUGESTÃO DE COMO MONTAR SEU CONSULTÓRIO



RELAÇÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS PARA MONTAR SEU CONSULTÓRIO PSICOPEDAGÓGICO:


Material para anamnese:

entrevista semi-estruturada; formulários; fichas de avaliação e acompanhamento.

Livros que abordam temas específicos.
auto estima, bullying, TDHA, anorexia, timidez, racismo, agressividade, mentira, medos, inclusão...

Jogos para avaliação de algumas habilidades como:
atendimento a ordens; nomeação de objetos e figuras;
interação social; persistência e atenção; sequenciação e motricidade.


Sugestão de alguns jogos:
Caixa-encaixa ;pranchas de encaixes; blocos lógicos ; alfabeto ( de diversas formas e materiais) Jogo de loto leitura; jogos de mico de palavras; jogo de baralho para classificação; jogo de carimbos (diversos); bloco de construção; conjunto de esquema corporal (quebra-cabeça); 01 fazendinha; 01 caixa quadrado vazado; jogo de linha (matemática); jogo de numerais e quantidades de 0 a 9; jogos de memória (diversos); 02 jogos de dominó e/ou memória de associação de idéias; 01 jogo de dominó e/ ou memória sobre associação geométrica; jogos de dominó e/ou memória de frases e palavras ; 01 jogo de dominó e/ou memória de quantidades; Jogos de dominó e/ou memória ( metade; subtração multiplicação; divisão silábica; horas; divisão; divisão de figuras e fundos, tipos de letras...) 03 jogo de fantoches (família branca; família preta ; animais); Ábaco ; 01 Cara a Cara ; Jogos de seqüência lógica; Blocos lógicos; Quebra cabeça (diversos); jogos BOOLE
Rádio com CD;
CDs de música (diversos);
Jogos para computador;
Livros de histórias (diversos);
Brinquedos diversos (bola, boneca,carrinhos, avião, trem, ambulância, bombeiro, monstros , dinossauros, cobras, telefones, tubarão , João Teimoso, corda para pular...)
Tintas e pincéis;
Quadro e giz;
Papel, crayons, canetas hidrográficas , argila...
Espelho para corpo inteiro.
Muitos jogos poderão e devem ser construídos para atender dificuldades específicas de cada criança
*se esqueci alguma coisa..acrescentarei em outro momento rsrrsss

sábado, 8 de agosto de 2009

USO DE JOGOS DE REGRAS NO ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO



Em decorrência do baixo desempenho dos alunos nas escolas, uma quantidade cada vez maior de crianças tem chegado aos consultórios de psicopedagogia apresentando dificuldades de aprendizagem em matemática. Tanto na atuação clínica psicopedagógica quanto na atuação escolar faz-se necessário um atendimento especializado nesta área de conhecimento. O desempenho que os alunos vêm demonstrando, sem dúvida, justifica o desenvolvimento de uma metodologia de trabalho capaz de promover uma aprendizagem significativa dos conceitos e procedimentos matemáticos, em particular, nas primeiras séries do ensino fundamental.

Os Jogos sob um Enfoque Psicopedagógico

A brincadeira e o jogo constituem-se uma necessidade humana e interferem diretamente no desenvolvimento da imaginação, da representação simbólica, da cognição, dos sentimentos, do prazer, das relações, da convivência, da criatividade, do movimento e da auto-imagem dos indivíduos. Muitos educadores desvalorizam a brincadeira acreditando que o mais importante na escola é aprender a ler e escrever. Não levam em conta que todo o desenvolvimento que a brincadeira traz para os indivíduos é pré-requisito para a alfabetização. Vygotsky afirma que a brincadeira simbólica e o jogo formam uma zona de desenvolvimento proximal que pode se constituir o ponto de partida para aprendizagens formais.
Segundo Piaget , por meio do jogo a criança assimila o mundo para atender seus desejos e fantasias. O jogo segue uma evolução que se inicia com os exercícios funcionais, continua no desenvolvimento dos jogos simbólicos, evolui no sentido dos jogos de construção para se aproximar, gradativamente, dos jogos de regras, que dão origem à lógica operatória. Nos jogos de regras existe algo mais que a simples diversão e interação, pois, eles revelam uma lógica diferente da racional. Este tipo de jogo revela uma lógica própria da subjetividade tão necessária para a estruturação da personalidade humana quanto a lógica formal, advinda das estruturas cognitivas. Os jogos de regras podem ser considerados o coroamento das transformações a que criança chega quando atinge a reversibilidade do pensamento.
No jogo de regras o conseguir jogar e compreender o seu fazer implica em assimilação recíproca de esquemas e coordenação de diferentes pontos de vista. A coordenação de pontos de vista permite o descentramento do sujeito e a possibilidade de reciprocidade interpessoal com seus parceiros de atividade. Devido ao seu caráter eminentemente social, o jogo de regras favorece cooperação ao submeter as ações dos sujeitos às normas de reciprocidade.
Ao tentar resolver os problemas originados no desenvolvimento do jogo, o sujeito cria estratégias e as avalia em função dos resultados obtidos e das metas a alcançar na atividade. Os fracassos decorrentes destas ações originam conflitos ou contradições por parte do indivíduo e desencadeiam mecanismos de equilibração cognitiva . As regulações ativas geradas por este processo implicam decisões deliberadas dos indivíduos que originam novos procedimentos de jogo. Apresentam um caráter construtivo e por meio delas a retomada de uma ação é sempre modificada pelos resultados da ação anterior em um processo contínuo de modificação das ações seguintes, em função dos resultados das ações precedentes . Conhecer os meios empregados para alcançar o objetivo do jogo, bem como conhecer as razões desta escolha ou de sua modificação, implica uma reconstrução no plano da representação do que era dominado pelo sujeito como ação.
Em uma intervenção de caráter psicopedagógico, o educador deve equilibrar uma atuação mais e menos diretiva, conforme o tipo de tarefa a ser realizada pelos sujeitos . Nas tarefas verbais sua atuação pode ser mais diretiva, pois, tem como objetivo organizar a situação de aprendizagem e solicitar a re-interpretação das ações e das falas dos sujeitos.
Do ponto de vista psicopedagógico, o processo de aprendizagem envolve não somente a fala do sujeito que aprende, mas também a fala de quem ensina. Ao “pensar em voz alta” suas estratégias de ação, o educador atua como modelo de reflexão para o sujeito. Utilizados tradicionalmente como recursos clínicos a fala organizada e o uso do modelo têm obtido na escola resultados satisfatórios no ensino de diferentes áreas de conhecimento.
A utilização do jogo de regras como um recurso terapêutico ou escolar, seja por parte do psicopedagogo ou do educador, exige conhecimento de sua estrutura e clareza dos objetivos a serem atingidos.Ao se propor um jogo é preciso ter em mente o porquê de jogar, o que jogar, para quem, com que recursos, de que modo jogar, quando e durante quanto tempo jogar, e qual a continuidade desta atividade ao final de seu desenvolvimento.

Versão integral deste artigo foi publicado na Revista Teoria e Prática da Educação-2002

terça-feira, 4 de agosto de 2009

TRABALHO APROVA REGULAMENTAÇÃO PARA PSICOPEDAGOGO




A UNIÃO FAZ A FORÇA
votem e repassem para todos votarem


Aconteceu - 30/12/2008 16h10
Trabalho aprova regulamentação para psicopedagogo
Laycer Tomaz

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou, no último dia 17, o Projeto de Lei 3512/08, da deputada Professora Raquel Teixeira (PSDB-GO), que regulamenta a atividade profissional do psicopedagogo. Pela proposta, a profissão poderá ser exercida pelo portador de diploma de graduação em Psicopedagogia, pelo diplomado em Psicologia ou Pedagogia e pelo licenciado que tiver concluído curso de especialização em Psicopedagogia. A especialização deverá ter duração mínima de 600 horas e carga horária de 80% na especialidade.

A comissão também aprovou duas emendas apresentadas pela relatora, deputada Gorete Pereira (PR-CE). Uma das emendas autoriza o Executivo a criar um órgão fiscalizador do exercício da profissão. "Deve ser lembrado que os dispositivos relacionados a infrações e penas somente são eficazes se houver esse órgão responsável", disse a relatora.

A outra emenda estabelece o dever de sigilo profissional, ou seja, o psicopedagogo deverá manter sigilo sobre os fatos de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua atividade. Ele poderá compartilhar essas informações com outros profissionais envolvidos no atendimento do cliente, desde que também sujeitos a sigilo profissional. O desrespeito a essas normas configura infração disciplinar grave.

A relatora informou que a inclusão do sigilo profissional foi uma sugestão de representantes da própria categoria.

Atribuições
Entre as atribuições do psicopedagogo estão a intervenção para a solução dos problemas de aprendizagem; a utilização de métodos, técnicas e instrumentos que tenham por finalidade a pesquisa, a prevenção, a avaliação e a intervenção relacionadas com a aprendizagem; e o apoio psicopedagógico aos trabalhos realizados nos espaços institucionais.

Pelo projeto, o portador de diploma superior de outra especialidade que já estiver exercendo ou tiver exercido atividades profissionais de Psicopedagogia, em entidade pública ou privada, terá preservado o direito a esse exercício profissional.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e seguirá para a análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

íntegra da proposta: - PL-3512/2008

Notícias anteriores no site da Câmara.gov.br :
- Trabalho aprova regulamentação da profissão de pedagogo
- Projeto obriga escola a ter orientador educacional
- Câmara eleva função pedagógica a profissional de educação
- Proposta muda regras de formação para professor

Reportagem - Luiz Claudio Pinheiro
Edição - Pierre Triboli

Fonte: Agência Câmara
Tel. (61) 3216.1851/3216.1852
Fax. (61) 3216.1856
E-mail:agencia@camara.gov.br
Este Projeto está na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal aguardando parecer do Relator. Escreva para Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) ou para o Relator, Dep. Maurício Quintella Lessa (PR-AL) e dê a sua opinião reforçando o voto favorável.

Contatos com o Deputado Relator:

dep.mauricioquintellalessa@camara.gov.br
http://www.mauricioquintella.com.br

Endereço para correspondência:

Gabinete 425 - Anexo IV
Câmara dos Deputados
Praça dos Três Poderes
Brasília - DF
CEP: 70160-900

Telefones do Gabinete do Deputado:(61) 3215-5425 - Fax:(61) 3215-2425