segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

As crianças não são hiperativas, são mal-educadas

Excelente  artigo para refletir...






É uma comédia que se acumula no dia-a-dia. Um sujeito vai ao café ler o jornal, e o café está inundado de crianças que não respeitam nada, nem os pardalitos e os pombos, e os pais "ai, desculpe, ele é hiperactivo", que é como quem diz "repare, ele não é mal-educado, ou seja, eu não falhei e não estou a falhar como pai neste preciso momento porque devia levantar o rabo da cadeira para o meter na ordem, mas a questão é que isto é uma questão médica, técnica, sabe?, uma questão que está acima da minha vontade e da vontade do meu menino, olhe, repare como ele aperta o pescoço àquele pombinho, é mais forte do que ele, está a ver?". E o pior é que a comédia já chegou aos jornais. Parece que entre 2007 e 2011 disparou o consumo de medicamentos para a hiperactividade. Parece que os médicos estão preocupados e os pais apreensivos com o efeito dos remédios na personalidade dos filhos. Quem diria?
Como é óbvio, existem crianças realmente hiperactivas (que o Altíssimo dê amor e paciência aos pais), mas não me venham com histórias: este aumento massivo de crianças hiperactivas não resulta de uma epidemia repentina da doença mas da ausência de regras, da incapacidade que milhares e milhares de pais revelam na hora de impor uma educação moral aos filhos. Aliás, isto é o reflexo da sociedade que criámos. Se um pai der uma palmada na mão de um filho num sítio público (digamos, durante uma birra num café ou supermercado), as pessoas à volta olham para o dito pai como se ele fosse um leproso. Neste ambiente, é mais fácil dar umas gotinhas de medicamento do que dar uma palmada, do que fazer cara feia, do que ralhar a sério, do que pôr de castigo. Não se faz nada disto, não se diz não a uma criança, porque, ora essa, é feio, é do antigamente, é inconstitucional.
Vivendo neste aquário de rosas e pozinhos da Sininho, as crianças acabam por se transformar em estafermos insuportáveis, em Peter Pan amorais sem respeito por ninguém. Levantam a mão aos avós, mas os pais ficam sentados. E, depois, os pais que recusam educá-los querem que umas gotinhas resolvam a ausência de uma educação moral. Sim, moral. Eu sei que palavra moral deixa logo os pedagogos pós-moderninhos de mãos no ar, ai, ai, que não podemos confrontar as crianças com o mal, mas fiquem lá com as gotinhas que eu fico com o mal.


Henrique Raposo  http://expresso.sapo.pt

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Estratégias para melhorar a atenção e memória sustentadas na criança com TDAH




 1 – Ao dar alguma instrução, o educador deve pedir a criança que tem TDAH para repetir as instruções ou compartilhar com um colega antes de começar as tarefas.
2 – Quando a criança com TDAH desempenhar a tarefa solicitada pelo  professor, oferecer sempre um feedback positivo (reforço) através de pequenos elogios e prêmios que podem ser: estrelinhas no caderno, palavras de apoio, um aceno de mão. Os feedbacks e elogios devem acontecer SEMPRE E IMEDIATAMENTE após o aluno conseguir um bom desempenho compatível com o seu tempo e processo de aprendizagem.

3 – O educador não deve criticar e apontar em hipótese alguma os erros cometidos como falha no desempenho. Alunos com TDAH precisam de suporte, encorajamento, parceria e adaptações. Esses alunos DEVEM ser respeitados. Isto é um direito! A atitude positiva do professor é fator DECISIVO para a melhora do aprendizado.
4 – Sempre que for possível, oferecer para a criança que tem TDAH e toda a turma tarefas diferenciadas. Os trabalhos em grupo e a possibilidade do aluno escolher as atividades nas quais quer participar são elementos que despertam o interesse e a motivação. É preciso ter em vista que cada criança aprende no seu tempo e que as estratégias deverão respeitar a individualidade e especificidade de cada um.
4 – O professor deve optar sempre que possível, dar aulas com materiais audiovisuais, computadores, vídeos, DVD, e outros materiais diferenciados como revistas, jornais, livros, etc. A diversidade de materiais pedagógicos aumenta consideravelmente o interesse da criança nas aulas e, portanto, melhora a atenção sustentada.
5 – Utilizar a técnica de “aprendizagem ativa” (high response strategies): trabalhos em duplas, respostas orais, possibilidade do aluno tenha ele TDAH ou não, gravar as aulas e/ou trazer seus trabalhos gravados em CD ou computador para a escola.
6 – Fazer sempre que possível, adaptações ambientais na sala de aula: mudar as mesas e/ou cadeiras para evitar distrações. Não é indicado que crianças com TDAH sentem junto a portas, janelas e nas últimas fileiras da sala de aula. É indicado que esses alunos sentem nas primeiras fileiras, de preferência ao lado do professor para que os elementos que o distraem no ambiente não prejudiquem a atenção sustentada.
7 – Uma boa técnica é usar sinais visuais e orais: o professor pode combinar previamente com a criança pequenos sinais cujo significado só ela e o professor compreendem. Exemplo: o professor combina com a criança que todas as vezes que percebê-lo desatento durante as atividades, colocará levemente a mão sobre seu ombro para que ela possa retomar o foco das atividades.
8 – Usar mecanismos e/ou ferramentas para compensar as dificuldades memoriais: tabelas com datas sobre prazo de entrega dos trabalhos solicitados, usar post-it para fazer lembretes e anotações para que o aluno nã9 – Etiquetar, iluminar, sublinhar e colorir as partes mais importantes de uma tarefa, texto ou atividade avaliativa.
Fonte:  www.TDAH.org.br  e www.ganhesempremais.com.br

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Volta às aulas...

     Atendimento clínico para crianças, adolescentes e adultos com dificuldades na alfabetização, na leitura e escrita ( troca de letras, etc), raciocínio lógico matemático, dislexia, déficit de atenção, hiperatividade, distúrbios e transtornos diversos... 
     Trabalho integrado com a família/escola e com atividades relacionadas ao comportamento humano em situações socioeducativas.
         Av Otto Niemeyer, 2314 sala 303 - Porto alegre-RS
                 Fones:(51) 3273-1412 ou 9944-4557


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Dicas para favorecer a aquisição da linguagem pelas crianças com AUTISMO




Uma das grandes dificuldades das crianças com autismo é o desenvolvimento da linguagem. Estas dificuldades podem variar de uma criança para outra, mas sempre estão presentes.
Entre as alterações de linguagem destas crianças as mais significativas dizem respeito às funções comunicativas. Por isso é necessário ajuda-las a perceber essa função e para isso muitas vezes é preciso organizar situações planejadas, que busquem ampliar os meios de comunicação, os recursos utilizados para se comunicar e a aquisição de novas funções comunicativas.

A partir do momento que a criança entende que a sua fala/vocalização produz um efeito no outro e que esta é uma forma eficaz de alcançar seus objetivos, como pedir um objeto, uma ação ou protestar ela começa a utilizar intencionalmente a linguagem oral.
O fato de a criança autista apresentar um número menor de comportamentos comunicativos, muitas vezes leva o adulto a tomar mais iniciativas de comunicação como forma de estimulação da linguagem. Entretanto é necessário deixar um espaço para que a criança possa também se comunicar.
Ao mesmo tempo é preciso estar atento às iniciativas e esforços comunicativos da criança, pois a ausência de respostas gera uma quebra na comunicação, comprometendo a interação.
É extremamente importante aproveitar as situações de comunicação espontâneas, buscando dar significado verbal às vocalizações da criança a partir do contexto, permitindo que a partir de então ela possa utiliza-las de forma intencional.
Sempre que seu filho fizer alguma vocalização procure entender o que ele deseja e dê significado verbal. Por exemplo, se ele quer algo que está fora de alcance diga a ele “ah, você quer a bola? Vou pegar pra você” ou ainda, “Eu entendi que você quer a bola, mas agora precisamos terminar esta tarefa”.
Se ele ainda não faz nenhum tipo de vocalização, ou vocaliza pouco, procure dar significado aos seus gestos, emoções e comportamentos.
Faça comentários sobre as suas ações, mas evite falar o tempo todo. Dê tempo para que ele também se comunique, seja através da fala, ou de vocalizações, gestos, olhares... Esteja atento a essas tentativas de comunicação!
Procure chamar a atenção do seu filho antes de falar com ele – chamando pelo nome, tocando em seu rosto ou seu braço antes de falar, e fale próximo a ele, de preferência na altura dos olhos, certificando-se de que ele está olhando para você enquanto fala;
Forneça pistas contextuais que facilitem a compreensão (gestos, imagens, objetos, etc...)
Ofereça um comando por vez, utilizando frases curtas (vem, levanta, pegue, coloque, etc...) e aguarde a resposta (ação desejada, olhar, vocalização...)
Lembre-se: Devido às grandes dificuldades comunicativas das crianças com Autismo no desenvolvimento da linguagem, a intervenção fonoaudiológica é imprescindível para o tratamento precoce dessas crianças.

Dirlene Moreira ( fonoaudióloga)