quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Compaixão para com os animais





"A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana" (Charles Darwin)
Certa vez, de férias na cosmopolita Rio de Janeiro, observei uma cena em praça pública que me emocionou. Era um senhor idoso, que sentado em um banco, distribuía alimento para as pombas e outras espécies de passarinhos, que bem à vontade, esvoaçavam ao seu redor pousando em seu ombro, pernas e braços. Cheguei a contar doze deles pousados em seu corpo, e mais um tanto em sua volta, no banco. Sem dúvida, uma cena inusitada que lembrava Francisco de Assis e a sua fantástica obra em defesa da natureza e dos animais - "Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz".

Em outra oportunidade, observei em uma escola pública, a presença de um gambá adulto, que acuado pelo movimento das pessoas, subiu uma pequena árvore e ali ficou, acessível ao olhar dos curiosos que manifestavam as suas opiniões a respeito do que presenciavam. Entre expressões de repulsa em relação à "feiúra" do usurpial, ouvia-se expressões de exaltação à sua beleza. Paradoxo característico da natureza humana ao analisar outros seres da natureza considerados "exóticos".

Posteriormente, fiquei sabendo que o gambá foi recolhido pela patrulha ambiental da Brigada Militar para ser devolvido -são e salvo- a seu habitat natural. História com final feliz...

Em relação a essa espécie que se reproduz rapidamente e cuja fêmea costuma levar os seus filhotes em uma bolsa tipo canguru, tenho contato quase que diário, pois resido em uma região de morros com núcleos de áreas verdes permanentemente preservadas, e uma delas fica atrás da minha residência onde sobrevivem gambás e outros pequenos animais nativos.

No início da noite, costumo de dois a três dias por semana, alimentá-los com bananas e sobras de frutas utilizadas no consumo diário. Percebo que eles já identificam o meu cheiro e, provavelmente, a minha energia, pois demonstram confiança ao se aproximarem do local onde deposito o alimento..

Um animal nativo, perdido e afastado de seu habitat natural, é como um ser humano urbano nas mesmas condições de insegurança e medo quando sente-se perdido no ambiente natural selvagem. Mas com uma diferença: os animais somente invadem o espaço urbano ou doméstico, porque antes, invadimos o espaço deles com as nossas máquinas, ruas, casas e muros.

Portanto, considero que os animais não devem ser discriminados entre os de inclusão (cão, gato, entre outros), e os de exclusão (gambá, lagarto, cobra, etc.). Uma cobra é apenas uma cobra... e se invadiu o espaço doméstico deve ser capturada e devolvida ao seu ambiente natural. E assim o lagarto, o gambá, entre outras espécies que merecem o nosso respeito.

O respeito às diferenças é o primeiro aprendizado no contexto do amor fraternal, e experenciamos esse sentimento quando praticamos compaixão para com todos os seres da natureza. É a lei de causa e efeito que funciona tanto na dor quanto no amor.

Segundo o espiritismo, os animais tem alma (diferente da humana), inteligência rudimentar, evoluem, sobrevivem à morte do corpo físico e, na Terra, merecem o respeito e a proteção do homem.

Como a espécie hominal, a espécie animal também evolui lentamente no sentido da inteligência e da sensibilidade. Seus espíritos reencarnam e desencarnam acompanhando o ciclo da vida e da morte física. Porém, num patamar inferior ao homem.

Reportando-nos à história grega, conta-se que Licurgo foi convidado a falar sobre educação. O grande legislador de Esparta aceitou, mas pediu um ano para preparar o material que iria apresentar.

Exigência aceita, prazo cumprido, ei-lo diante da multidão que compareceu para ouvir-lhe os conceitos. Trazia duas gaiolas. Numa estavam dois cães; duas lebres na outra.

Sem nada dizer, tirou um animal de cada gaiola, soltando-os. Em instantes o cão estraçalhou a lebre.

Libertou em seguida os restantes. O público estremeceu, antevendo nova cena de sangue. Surpresa: o cão aproximou-se da lebre e brincou com ela. Esta correspondeu, sem nenhum temor às suas iniciativas.

"Aí está senhores -
esclareceu Licurgo-, porque pedi prazo tão extenso, preparando esses animais. O melhor discurso é o exemplo. O que mostrei exemplifica o que pode a educação, que opera até mesmo o prodígio de promover a confraternização de dois seres visceral e instintivamente inimigos".

O exemplo de Licurgo mostra-nos, que se é possível educar animais, mesmo antagônicos, levando-os à convivência pacífica, naturalmente será possível educar as crianças, incutindo-lhes desde cedo o respeito devido aos semelhantes e à natureza - fauna e flora.


Flavio Bastos - psicoterapeuta

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

TDO – Transtorno Desafiador Opositor


Todas as crianças passam por fases difíceis que muitas vezes poderiam ser descritas como “de oposição”, especialmente quando se está cansado, com fome, estressado ou chateado. Quando eles estão assim podem discutir, conversar, desobedecer e desafiar os pais, professores e outros adultos. Há também momentos no desenvolvimento normal que o comportamento de oposição é esperado, como por exemplo entre dois a três anos de idade ou até mesmo na pré-adolescência. Entretanto, o comportamento hostil se torna uma preocupação quando é freqüente e consistente, que se destaca quando comparado com outras crianças da mesma idade e nível de desenvolvimento e quando ela afeta a família da criança, social e a escola.

Para melhor entender, nada melhor como uma boa definição:

O transtorno de oposição (TDO) é um transtorno disruptivo, caracterizado por um padrão global de desobediência, desafio e comportamento hostil. A criança ou adolescente discute excessivamente com adultos, não aceitam responsabilidade por sua má conduta, incomodam deliberadamente os demais, possuem dificuldade de aceitar regras e perdem facilmente o controle se as coisas não seguem a forma que eles desejam (SERRA-PINHEIRO et al., 2004, p.273).

Em crianças com transtorno desafiador opositor (TDO), geralmente apresentam um padrão contínuo de comportamento não cooperativo, desafiante, desobediente e hostil incluindo resistência a figura de autoridade. O padrão de comportamento pode incluir:

Freqüentes acessos de raiva
Discussões excessivas com adultos, muitas vezes, questionando as regras
Desafio e recusa em cumprir com os pedidos de adultos
Deliberada tentativa de irritar ou perturbar as pessoas
Culpar os outros por seus erros e mau comportamento
Muitas vezes, ser suscetível ou facilmente aborrecido pelos outros
Freqüente raiva e ressentimento
Agressividade contra colegas
Dificuldade em manter amizades
Problemas acadêmicos

Embora não haja nenhuma causa claramente compreendida, acredita-se ser uma combinação de genética, ambiente, incluindo:

Disposição natural de uma criança
Limitações ou atraso no desenvolvimento da capacidade de uma criança no processo de pensamento e sentimento
Falta de fiscalização
Inconsistência ou disciplina severa
Abuso ou negligencia
Desequilíbrio de certas substancias químicas do cérebro, tais como a serotonina

Os sintomas são geralmente vistos em várias configurações, mas são mais perceptíveis em casa ou na escola. Muitos pais relatam que seu filho com TOD estava mais rígido e exigente que os irmão da criança, desde tenra idade.

Este problema é bastante comum, ocorrendo entre 2% e 16% das crianças e adolescente. Em crianças menores é mais comum em meninos, mas durante a adolescência ocorre com freqüência em ambos os sexos. O inicio é geralmente gradual e aumenta a gravidade dos problemas de comportamento ao longo do tempo.

A melhor maneira de tratar um criança com TDO inclui Psicoterapia infantil que abrange técnicas de manejo e modificação do comportamento, utilizando uma abordagem coerente da disciplina e seguir com reforço positivo de comportamentos adequados.

É muito difícil os pais lidarem com estas crianças e adolescentes, por isso é indicado Orientação de Pais para melhor entendê-los além de obterem apoio e compreensão e consequentemente receberem treinamento acerca de habilidades de manejo desta crianças.

O sucesso do tratamento requer empenho e acompanhamento em uma base regular de ambos pais e professores.


Por: Simone Barbosa Pasquini


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Porque os países são diferentes




Investigações demonstram que a diferença entre os países pobres e os ricos não é a idade. Isto pode ser demonstrado por países como Índia e Egito, que têm mais de 2.000 anos e ainda são muito pobres.

Por outro lado, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, que apenas 150 anos atrás eram desconhecidos, hoje são países desenvolvidos e ricos A diferença entre países pobres e ricos tampouco está nos recursos naturais disponíveis.

O Japão possui um território limitado, 80% montanhoso, inadequado para a agricultura e a criação de gado, mas é a segunda economia mundial. Este país é como uma imensa fábrica flutuante, importando matéria-prima de todo o mundo e exportando produtos manufaturados.

Outro exemplo é a Suíça, que não produz cacau, mas tem o melhor chocolate do mundo. Em seu pequeno território cria animais e cultiva o solo durante apenas quatro meses no ano. Não obstante, produz laticínios da melhor qualidade. É um país pequeno que oferece uma imagem de segurança, ordem e trabalho, transformando-o no caixa-forte do mundo.

Executivos de países ricos que se relacionam com países pobres evidenciam que não existe diferença intelectual realmente significativa. A raça, a cor da pele tampouco são importantes: imigrantes qualificados como preguiçosos em seus países de origem são a força produtiva de países europeus ricos.

Onde está, então, a diferença?
A diferença é a atitude das pessoas, moldada no decorrer dos anos pela educação e pela cultura.

Ao analisar a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos, constatamos que a grande maioria segue os seguintes princípios de vida:

1. A ética, como princípio básico.
2. A integridade.
3. A responsabilidade.
4. O respeito às leis.
5. O respeito pelos direitos dos demais cidadãos.
6. O amor pelo trabalho.
7. O esforço para economizar e investir.
8. O desejo de superar.
9. A pontualidade.

Nos países pobres, apenas uma minoria segue esses princípios básicos em sua vida diária. Não somos pobres porque nos faltam recursos naturais ou porque a natureza foi cruel conosco.
Somos pobres porque nos falta atitude. Nos falta vontade para cumprir e assumir esses princípios de funcionamento das sociedades ricas e desenvolvidas.

SOMOS ASSIM POR QUERER TOMAR VANTAGEM SOBRE TUDO e TODOS.

SOMOS ASSIM POR VER ALGO QUE ESTÁ MAL e DIZER: “DEIXA COMO ESTÁ”

DEVEMOS TER ATITUDES e MEMÓRIA VIVA SÓ ASSIM MUDAREMOS O BRASIL DE HOJE!

Provavelmente você é uma dessas pessoas que faz a diferença e luta para mudar nossa sociedade corrupta e sem princípios. Mas não esqueça que ainda existem muitos necessitando entender que a falta de princípios é a raiz da miséria.

Os pensamentos geram atitudes.
Atitudes geram hábitos.
Hábitos geram um estilo de vida.
Estilo de vida é o reflexo do caráter.
O caráter de um povo é o reflexo daquilo que ele pensa.
E seus representantes no governo, por isto, não pensam diferente.
Nós somos o que pensamos e não o que pensamos que somos.


Traduzido por Jorcelangelo L. Conti

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

BUSCA PELA SEXUALIDADE ( continuação)


Em seus devidos lugares

Dormir nos mesmos cômodos que os pais pode ser bastante prejudicial à criança, explica a psicóloga da Fundação de Assistência Social (FAS) Ana Maria Franchi Pincolini. Isso porque os casais acabam tendo vida conjugal misturada à vida familiar.

– Acho melhor 10 filhos em um quarto e o casal no outro do que cinco filhos em um quarto e os outros cinco no quarto do casal. Uma cortina ou um móvel qualquer pode fazer papel de divisória – diz.

Ana Maria lembra que não é só a falta de recursos que favorece essa realidade. Uma família superprotetora de classe média ou alta que deixa o filho ficar anos dormindo no quarto dos pais, às vezes até na cama do casal, está fazendo a mesma coisa. A psicóloga acrescenta que, desde pequena, a criança é capaz de entender que acontece algo quando os pais têm uma relação sexual. Ela até pode não saber o que se passa, mas percebe que não é bom para ela participar, orienta Ana Maria.

Dicas de livros
- Mamãe Botou um Ovo, de Babette Cole
- De Onde Viemos? Explicando às Crianças os Fatos da Vida, Sem Absurdos, de Peter Mayle e Arthur Robins

terça-feira, 2 de agosto de 2011

BUSCA PELA SEXUALIDADE

Instinto Natural





Desde o nascimento, a criança explora o prazer, os contatos afetivos e as relações de gênero

Qual pai ou mãe não fica em uma saia justa quando seus pequenos começam a descobrir a sexualidade? Atitudes embaraçosas e perguntas constrangedoras fazem parte do desenvolvimento saudável da criança. E é fundamental tentar perceber se elas estão demonstrando uma curiosidade de acordo com sua idade. Conforme a pedagoga Simone Selbach, que trabalha com crianças há 24 anos, elas começam a questionar sobre o assunto à medida em que descobrem o seu próprio corpo.

O problema é que nem sempre os pais sabem como falar e pedem auxílio para isso. Não é porque viveram uma maior liberdade sexual que desenvolveram um entendimento completo sobre sua própria sexualidade – completa.

Em todos os momentos em que os pais são questionados, segundo a pedagoga, é aconselhável dar respostas verdadeiras e diretas. Para P.S., 30 anos (que prefere não se identificar), mãe de João, dois anos, é necessário falar abertamente, mas respeitando a faixa etária em que a criança estiver.

– Até esse momento, meu filho não despertou para certas atitudes, mas, como qualquer criança de sua idade, está descobrindo o seu corpo, se tocando e percebendo como é novo e bom se conhecer – complementa.

Quando P.S. percebe que a distração do filho com seu corpinho é demais, procura envolvê-lo com outras brincadeiras.

– Nunca reprimo o João, pois isso poderá gerar, segundo o pediatra dele, problemas futuros – justifica a mãe.

É preciso que os pais compreendam que essa descoberta é saudável para o desenvolvimento de uma sexualidade adulta sem traumas. A estudante universitária Sílvia Lopes, 36 anos, mãe de Rafael Lopes Ramos, 13 anos, sente mais vergonha de perguntar sobre o assunto agora que o filho está na pré-adolescência do que quando ele era pequeno. Sílvia recorda, entretanto, que, quando Rafael começou a ir para a escola, também vieram os questionamentos. Uma das tradicionais perguntas do garotinho era “Como nascem os bebês, mamãe?”. Ela disse a ele que Deus tinha uma sementinha rosa para as meninas e uma azul para os meninos.

– Hoje em dia, nem precisa mais dos pais para tirar as dúvidas, o Rafael vai na internet e descobre tudo – observa Sílvia.

MÁRCIA DORIGATTI- Zero hora