Desde o nascimento, a criança explora o prazer, os contatos afetivos e as relações de gênero
Qual pai ou mãe não fica em uma saia justa quando seus pequenos começam a descobrir a sexualidade? Atitudes embaraçosas e perguntas constrangedoras fazem parte do desenvolvimento saudável da criança. E é fundamental tentar perceber se elas estão demonstrando uma curiosidade de acordo com sua idade. Conforme a pedagoga Simone Selbach, que trabalha com crianças há 24 anos, elas começam a questionar sobre o assunto à medida em que descobrem o seu próprio corpo.
– O problema é que nem sempre os pais sabem como falar e pedem auxílio para isso. Não é porque viveram uma maior liberdade sexual que desenvolveram um entendimento completo sobre sua própria sexualidade – completa.
Em todos os momentos em que os pais são questionados, segundo a pedagoga, é aconselhável dar respostas verdadeiras e diretas. Para P.S., 30 anos (que prefere não se identificar), mãe de João, dois anos, é necessário falar abertamente, mas respeitando a faixa etária em que a criança estiver.
– Até esse momento, meu filho não despertou para certas atitudes, mas, como qualquer criança de sua idade, está descobrindo o seu corpo, se tocando e percebendo como é novo e bom se conhecer – complementa.
Quando P.S. percebe que a distração do filho com seu corpinho é demais, procura envolvê-lo com outras brincadeiras.
– Nunca reprimo o João, pois isso poderá gerar, segundo o pediatra dele, problemas futuros – justifica a mãe.
É preciso que os pais compreendam que essa descoberta é saudável para o desenvolvimento de uma sexualidade adulta sem traumas. A estudante universitária Sílvia Lopes, 36 anos, mãe de Rafael Lopes Ramos, 13 anos, sente mais vergonha de perguntar sobre o assunto agora que o filho está na pré-adolescência do que quando ele era pequeno. Sílvia recorda, entretanto, que, quando Rafael começou a ir para a escola, também vieram os questionamentos. Uma das tradicionais perguntas do garotinho era “Como nascem os bebês, mamãe?”. Ela disse a ele que Deus tinha uma sementinha rosa para as meninas e uma azul para os meninos.
– Hoje em dia, nem precisa mais dos pais para tirar as dúvidas, o Rafael vai na internet e descobre tudo – observa Sílvia.
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