segunda-feira, 4 de março de 2013

PROFESSORES E PAIS AJUDAM NO DIAGNÓSTICO



Especialistas ressaltam importância da escola e da família no enfrentamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.Um dos transtornos neurológicos do comportamento mais comuns da infância, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) afeta de 8% a 12% das crianças no mundo. Os fatores que levam à doença podem ser hereditários e comportamentais, copiados dos pais ou responsáveis. O problema é quando ela não é diagnosticada ou o diagnóstico é feito de forma errada.

Estudo do oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de Campinas, mostrou que, das 365 crianças que começaram a usar óculos de grau durante projeto desenvolvido pelo braço social do hospital, 36,2% ficaram menos agitadas, 57% ganharam concentração e 51,1% passaram a finalizar tarefas que antes não finalizavam. Significa que um par de óculos pode eliminar alguns dos principais comportamentos que caracterizam a doença – falta de atenção, agitação, dificuldade de concentração e de relacionamento interpessoal. Resultado: segundo os pesquisadores, a maioria das crianças que usava medicamentos para TDAH teve diagnóstico errado. Das 128, só 27,3% tinham a doença.
O psiquiatra Luis Augusto Rohde explica por que o diagnóstico não é tão simples:

Não existe divisão entre o grupo dos “atentos” e o dos “desatentos”. O transtorno é um conceito gradual, como o de altura ou pressão arterial. O que fazemos com a TDAH é colocar um ponto de corte a partir do nível de intensidade em que os sintomas causam prejuízo funcional na vida do indivíduo.
Adriana Fork Perez, psicóloga e terapeuta familiar, diz que, embora existam protocolos para a avaliação, na prática a soberania do diagnóstico é clínica:

– É preciso observar o comportamento da criança no dia a dia e estar atento às queixas da escola e da família.
Mesmo com o diagnóstico correto, outra pesquisa afirma que os medicamentos não são eficazes. Divulgado no mês passado, o estudo do Centro de Crianças da Universidade Johns Hopkins (EUA) publicado no Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry revela que nove em cada 10 crianças com TDAH moderado ou grave continuam a enfrentar os sintomas muito tempo depois de seus diagnósticos originais. Mostrou, também, que inúmeras crianças que tomam medicamentos para o problema tinham sintomas tão graves quanto aqueles que estavam sem medicação.

A psicóloga Adriana, porém, tem outra experiência no consultório:
– O uso da medicação é muito eficaz na diminuição da intensidade dos sintomas.

Jornal ZERO HORA








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