O Termo "VASP" (vagabundos anônimos sustentado pelos pais) está tão comum no Facebook que virou opção de marcação profissional. Isso demonstra a fragilidade da educação doméstica no Brasil. A educação doméstica é responsável por 50% ou mais do sucesso da educação Brasileira. Um dos fatores que mais dificulta a o desenvolvimento escolar é a falta de educação doméstica. Acaba sobrando para escola e para os professores, o dever de dar educação de valores, dever este que cabe aos pais, com pouca ou nenhuma participação da escola. A coisa vai tão mal, que já se tramita a possibilidade da volta de matéria já extinta. Planeja se ter "Ética" como matéria obrigatória. "Será mais um remendo novo em pano velho". O que a sociedade precisa urgentemente debater, é sobre educação doméstica. Não é suficiente a escola tratar de Ética, se a família não o fizer. É a escola construindo, e família destruindo. Precisamos quebrar este ciclo, ainda que para isso, tenhamos que impregnar o esforço sobre humano
"A disciplina impede o homem de desviar-se do seu destino, da humanidade" KANT.
Pensar a educação doméstica a partir de Immanuel Kant é colocar a questão da disciplina como princípio fundamental de todo o processo de educação. Kant nos indica que a primeira educação, aquela ministrada pelos pais no seio da família, deve já se ocupar da disciplina. No primeiro momento, a disciplina expõe uma educação puramente negativa. Negativa não no sentido do senso comum atual, onde disciplina é vista como algo ruim, meramente opressora e coercitiva. Embora mereça o título de 'parte negativa da educação' (a parte positiva é a instrução), a disciplina é fundamental e necessária no processo de formação da criança. Por meio da disciplina os pais garantem a sobrevivência dos filhos, pois impedem que esses prejudiquem a si mesmos. O caráter negativo da disciplina se deve ao fato de ela limitar o uso de todas as forças com que a natureza dota a criança.
É importante conhecer de que forma o cérebro processa a informação para ser rejeitada ou retida na memória das crianças, em especial as que apresentam Déficit de atenção ou TDAH. Para entender melhor esse processo vamos nos centrar na forma pela qual coletamos, avaliamos, guardamos e recuperamos a informação. Esse processo inclui quatro grandes passos.
Registro ou memória sensorial
Memória de curto prazo
Memória de trabalho
Memória de longo prazo
Registro ou memória sensorial: a informação do nosso entorno é captada por nossos sentidos. Os estímulos ingressam no cérebro como um caudal de impulsos elétricos que são o resultado da conexão em rede dos neurônios. Se o cérebro tivesse que processar toda a informação que os nossos sentidos recolhem, ocorreria uma espécie de curto-circuito. Portanto, é necessário que exista algum tipo de seleção. Esta é feita com base na importância que determinada informação possa ter para a pessoa que a recebe e é chamado registro sensorial.
Memória de curto prazo: A memória de curto prazo trabalha com dados por algumas horas até que sejam gravados de forma definitiva. Este tipo de memória é particularmente importante nos dados de cunho declarativo. Em caso de algum tipo de agressão ao cérebro, enquanto as informações estão armazenadas neste estágio da memória, ocorrerá sua perda irreparável.
Memória de trabalho: Que alguns acreditam ser parte da memória de curto prazo atua no momento em que a informação está sendo adquirida, retém essa informação por alguns segundos e, então, a destina para ser guardada por períodos mais longos, ou a descarta. Quando alguém nos diz um número de telefone para ser discado, essa informação pode ser guardada, se for um número que nos interessará no futuro, ou ser prontamente descartada após o uso. A memória de trabalho pode, ainda, armazenar dados por via inconsciente.
Memória de longo prazo: É a que retém de forma definitiva a informação, permitindo sua recuperação ou evocação. Nela estão contidos todos os nossos dados autobiográficos e todo nosso conhecimento. Sua capacidade é praticamente ilimitada.
No que se refere à memória de trabalho, segundo estudos, as crianças com Déficit de atenção ou TDAH beneficiam-se menos dos recursos verbais e mais dos visuais. Isso pode ter consequências para a aprendizagem da leitura e um menor aproveitamento das informações do ambiente. Essas crianças parecem estabelecer menos associações e aproveitam mal os recursos semânticos e fonológicos contidos nas palavras e, consequentemente, o desempenho é prejudicado pela dificuldade que apresentam para integrar as informações. Dessa forma elas aprendem mais fazendo associação de conteúdos verbais dom visualização de imagens.
É provável que a baixa capacidade na memória de trabalho esteja relacionada a um baixo desempenho na questão da atenção. Essa desatenção levaria a uma utilização menor dos recursos mentais, causando, assim, um prejuízo na retenção de informações de memória de curto prazo.
O Déficit de Atenção ou TDAH pode ser acompanhado de outros transtornos, como dislexia ou distúrbio de memória, ou por uma dificuldade específica de aprendizagem, como a relacionada à matemática (discalculia) e afetam aptidões bem definidas: dificuldade específica em matemática, linguagem, ortografia. Os distúrbios, por outro lado, não são tão definidos, afetando a cognição em geral.
Segundo estudos O TDAH não é um transtorno específico de aprendizagem, pois não inviabiliza qualquer função cognitiva, é mais amplo que isso. Uma dificuldade específica em matemática pode ser comumente encontrada com o TDAH, assim como outra dificuldade específica, especialmente a de aprender idiomas, sendo que crianças que não tenham Déficit de atenção ou TDAH podem apresentar estas dificuldades também.
Entretanto, sabe-se que a memória de trabalho é expressa nas áreas frontais do cérebro e, sendo as áreas frontais das crianças com TDAH, hipoativas, pode-se concluir que as crianças com TDAH têm sua memória de trabalho não prejudicada, provavelmente, não de forma conclusiva. Ainda assim, talvez as pesquisas futuras apontem isso, à medida que os métodos forem tornando-se mais sofisticados.
Podemos concluir então que as crianças com Déficit de atenção ou TDAH apresentam características de capacidades cognitivas e de aprendizagem da mesma forma que ás demais crianças, porém, como cada pessoa é única, as formas de retenção podem ser diferenciadas e estratégias devem ser adotadas com todas as crianças para a real absorção do conhecimento.
Em 2014, o Japão foi criativo e ousado com uma exposição no Museu Nacional Emergente e Inovação, em Tóquio. Um evento sobre vasos sanitários e fezes (cocô)! Tinha como objetivo mostrar a pais, educadores e os filhos que o banheiro esta relacionado com a vida humana em cada escala da vida e com desafios globais também.
Todo ser humano tem fases de desenvolvimento e entre elas ainda acontecem com certos tabus e até mesmo constrangimento, sendo algo "natural" do ser humano a evacuação fecal e sua higiene íntima. Porque mais Museus de cocô? Seria suficiente dizer para termos adultos mais saudáveis? Uma fase anal mal resolvida provavelmente afetará a vida da pessoa quando adulto. Uma conduta negativa nessa fase, poderá tornar a ser futuros indivíduos com problemas de TOC, complexo de inferioridade ou superioridade, problemas de intestino ou bexiga, hemorroidas, perfeccionismo e entre outros. Claro, nada acontece por acaso, mas nem por isso, deixemos de materializar o lado espiritual e mental das aprendizagens como a própria e importante: FASE ANAL!
FASE ANAL (de 2 a 3 ou 4 anos de idade)
Ela inicia depois da "fase oral", seguido desta fase (anal), a criança aprende (é ensinada) a controlar, as fezes e a urina. É nessa focalização mental dos seus movimentos anal que a criança começa a perceber um prazer nisso, nada menos que com o resultado do seu primeiro produto: o cocozinho! Até ai tudo bem, o problema para muitos é o que acontece depois que a criança acaba muitas vezes realizando proezas com seu cocozinho....nascendo para os adultos os falsos constrangimentos e para criança talvez sua primeira frustração psíquica.
Algumas proezas podem ser, a criança:
- Presentear seu cocozinho a seus pais, até mesmo pegando com as mãos ou chamando para ver a "maravilha". Entre no mundo da criança, no mundo dela existe magia, use essa magia a seu favor e educando sem menosprezar seu "produto", ensinando a dar tchau ao cocozinho e seu lugarzinho é lá no trono. - Presentear parentes ou até situações mais adversas juntamente com outras pessoas (até estranhos), por exemplo, uma pessoa do trabalho vem visitar você e a criança vem com algo inusitado, (imaginou a cena?). Pois é...tem desde oferecer o cocô, até uma sirene ambulante (criança) para ir junto lá (no banheiro) e ver o cocozinho, até situações de passar a mão no bumbum e oferecer para outro cheirar. As reações?! Diversas! A melhor? Agir com naturalidade e ensinar com amor para a criança sem "negativizar" seu produto! Possível? Sim, ninguém disse que é fácil, principalmente quando você aprendeu certos tabus ou crenças, portanto, de suma importância que tenha o controle emocional e o conhecimento. Isso diminuirá futuros problemas. Afinal, é uma "ARTE" educar crianças ou filhos! -Fazer uma pintura corporal ou seja uma lambança, muitas vezes não só consigo, mas no cômodo todo! E as vezes aqui e ali pela casa toda. Esse literalmente viveu um conto de fadas por completo! Muitos pais se assustam ao verem a cena. Mantenha calma nessa hora! Muita calma! E por favor, paciência para não sair usando palavrões (que menospreze inconscientemente o cocô), por mais cansado que estiver, por mais irado que estiver, o controle emocional é essencial, a criança não faz por maldade. Lembrem-se: Não precisa "gritar, xingar, bater, humilhar" a criança por tal atitude. Ensine com amor, a criança compreenderá direitinho e provavelmente crescerá e terá seu nível psicológico saudável quando adulto. http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2014/07/03/interna_mundo,435758/museu-japones-recebe-inusitada-exposicao-sobre-vasos-sanitarios-e-fezes.shtml
Pais acabam soltando respostas impensadas e podem prejudicar filhosThinkstock
À mesa do restaurante, João faz manha exigindo o celular da mãe para se divertir durante o almoço. Maria se joga no chão da loja de brinquedos porque quer que o pai compre aquela boneca agora. E, sentado no sofá de casa, Pedro se irrita com os pais porque quer uma resposta urgente sobre poder ou não ir à festa dos amigos no sábado à noite. Todos eles, não importa a idade, têm algo em comum: vão se tornar adultos mimados, incapazes de lidar com as frustrações do mundo.
A culpa do destino dos três, João, Maria e Pedro, é do imediatismo que rege as relações atualmente. Temos, como pais, dito muitos “sim” para os filhos, quando, na verdade, o ideal seria dizer mais “não sei” ou “vou pensar”. Como explica a psicóloga e educadora Rosely Sayão, essa atitude traz como maior prejuízo uma alienação em relação à realidade.
— O adulto que tem o imediatismo cultivado, ao invés de controlado, tem dificuldade de compreender e se inserir no mundo.
Pressionados a responder às demandas dos filhos imediatamente, os pais acabam soltando respostas impensadas, e a consequência, na visão da coach de vida e carreira Ana Raia, é a criação de jovens pouco preparados para lidar com a vida.
Segundo ela, os pais, atualmente, não aguentam não ser imediatistas. Se no passado eles se permitiam deixar os filhos insatisfeitos por mais tempo, hoje atitudes como essa se transformaram em um dos maiores desafios na educação das crianças e jovens.
Ana acredita que a tecnologia colabore para o imediatismo a partir do momento em que, ao toque de um dedo na tela do celular, a resposta para qualquer pergunta ou busca de informação podem ser obtidas em pouquíssimos segundos.
— Não conseguimos sustentar uma dúvida por muito tempo, um incômodo. Não sabemos lidar com um mal-estar neste mundo onde a felicidade é imperativa.
E a dúvida, explica Rosely Sayão, é preciosa, assim como a espera e o pensamento, porque eles ajudam a criança a crescer e a amadurecer. Crianças que não têm momentos de “mente vazia”, por exemplo, poderão sofrer graves consequências na vida adulta.
Alguém que está sempre entretido terá para sempre a necessidade de entretenimento constante, alerta o médico Daniel Becker, criador do projeto Pediatria Integral. Segundo ele, para ser criativo, o cérebro humano precisa da criatividade.
— São necessários momentos em que ele está engajado com algo externo, e também momentos em que está ocioso, em estado de contemplação. Quando uma criança tem seu tempo completamente tomado com atividades como escola, inglês, natação, Facebook, Instagram, WhatsApp, ela fica incapacitada de ter importantes processos interiores.
Becker acrescenta que crianças que não interagem com seus pares ou com os adultos, porque passam o dia com eletrônicos na mão, terão menos inteligência emocional, menos empatia e menos capacidade de se comunicar com os outros quando crescerem.
Se este já não fosse um bom argumento, ainda haveria a opinião de outros especialistas, que enxergam o hábito dos pais de entregar celulares e tablets às crianças como algo benéfico apenas para os adultos.
Na opinião de Rosely Sayão, oferecer um eletrônico em momentos em que se espera que os filhos se socializem com a família e amigos não é um carinho, mas, sim, um comodismo.
— O celular e o tablet nestas situações têm a função do “cala a boca”, nada além disso.
Mas, então, o que fazer quando a conversa no restaurante está boa, mas os pequenos não param de dar chilique e pedir para ir embora? O pediatra Daniel Becker dá uma boa dica.
— As pessoas se esquecem que as crianças sabem conversar e que podem fazer pequenos contratos. Mesmo as menorzinhas têm essa capacidade de compreensão. Basta dizer ao filho que, nos momentos em que estiverem conversando em família, ele não terá o tablet, mas que, quando a mamãe e o papai estiverem falando só com seus amigos, ele poderá pegar o tablet emprestado por 15 minutos. Assim, se alcança um equilíbrio.
Soluções como esta são recursos para que os pais lidem não só com o imediatismo das crianças, como também o deles próprios, que pode, mesmo que de maneira não intencional, servir como exemplo negativo aos filhos, que acabam copiando as atitudes da família.
Para o pediatra presidente do Congresso Brasileiro de Urgências e Emergências Pediátricas, Hany Simon, a ansiedade e a angústia na adolescência e na vida adulta podem ser resultados do imediatismo paterno presenciado na infância. E, como reforça Rosely Sayão, viver de maneira urgente só traz impactos emocionais negativos nas crianças.
— Somos imediatistas desde que nascemos. Choramos para manifestar desconforto, somos atendidos e temos nossas necessidades básicas saciadas. Com isso, vem também uma sensação de prazer, que vamos desejar para sempre. No entanto, precisamos entender que não é o princípio do prazer que vai reger a nossa vida, e, sim, o princípio da realidade. O papel dos pais é, aos poucos, mostrar aos filhos a realidade do mundo.
Jogo do General ( usando as operações matemáticas)
Material: 6 dados e a cartela para preencher
Cada criança joga 3 vezes, selecionando na primeira jogada qual número irá tentar conseguir nas duas jogadas restantes . Ex: Se escolheu o total DOIS, recolhe os dados que não contemplam o numeral escolhido e joga novamente somente com os dados restantes, tentando conseguir a maior quantidade de numerais DOIS. Caso consiga , nas 3 jogadas, o total de seis numerais iguais, conseguiu o GENERAL..isto é, a maior pontuação para cada número. A criança faz o registro para cada operação matemática e quando completar a cartela , soma-se o total de pontos.
No caso de já ter preenchido o numeral DOIS, e nas jogadas posteriores for contemplado novamente com este numeral, não pode mudar e passa a vez.
É notória a importância do brincar para que a criança se movimente, desenvolva a motricidade e mantenha o peso regular, combatendo a obesidade e o sedentarismo. A brincadeira ao ar livre é fundamental para que a criança explore espaços maiores, mexa-se mais, experimente variações climáticas, tome sol (lembre-se sempre da proteção e dos horários adequados), entre outros benefícios. Meia hora de pega-pega, por exemplo, gasta em média 225 calorias e o mesmo tempo de amarelinha representa 135 calorias. “A convivência com a natureza reduz a obesidade, o déficit de atenção, a hiperatividade e melhora o desempenho escolar”, afirma Daniel Becker, do Instituto de Pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Além disso, ao ter contato com ela – seja em parques, praças ou praias –, seu filho cria uma conexão prazerosa com o meio ambiente e estabelece uma relação de respeito com todos os seres vivos.
2. PERMITE O AUTOCONHECIMENTO CORPORAL
Quando o bebê bate palmas ou a criança anda de bicicleta, estão experimentando o que o corpo é capaz. “Se você permite que seu filho corra, tropece, caia e levante de novo, ele aprende sozinho sobre suas possibilidades e limitações”, diz Luciane Motta, da Casa do Brincar (SP). Na brincadeira, o ser humano começa a ter consciência de si mesmo.
3. ESTIMULA O OTIMISMO, A COOPERAÇÃO E A NEGOCIAÇÃO
Por que o brincar tem tanto valor, a ponto de estar previsto na Declaração Universal dos Direitos da Criança, do Unicef? Porque seus benefícios transbordam em muito o aspecto físico. É como se fosse uma característica inerente ao ser humano, defende o psiquiatra Stuart Brown, fundador do The National Institute for Play, na Califórnia (EUA). “Trata-se de uma necessidade biológica básica que ajuda a moldar o cérebro. A vantagem mais óbvia é a intensidade de prazer, algo que energiza, anima e renova o senso natural de otimismo”, diz. Algumas habilidades essenciais, que serão requisitadas também no futuro, estão na brincadeira, como cita o estudo O Impacto do Desenvolvimento na Primeira Infância sobre a Aprendizagem, do Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância: “À medida que as brincadeiras se tornam mais complexas, o brincar oferece oportunidades para aprender em contextos de relações socioafetivas, onde são explorados aspectos como cooperação, autocontrole e negociação”.
4. GERA RESILIÊNCIA
Uma das habilidades emocionais mais valorizadas hoje em dia também é desenvolvida no ato de brincar: a resiliência. Quando a criança perde no jogo ou o amigo não quer brincar da maneira como ela sugeriu, entra em cena a capacidade de lidar com a frustração, de se adaptar e se desenvolver a partir disso. Com essas experiências, ela aprende a administrar suas decepções e a enfrentar as adversidades.
5. ENSINA A TER RESPEITO
Relacionar-se com o outro é mais uma capacidade vivenciada na brincadeira. Ao interagir com os amigos, irmãos ou pais, a criança aprende a respeitar, ouvir e entender os outros e suas diferenças. Para isso, é essencial que ela possa brincar livremente, sem condições impostas por gênero. “O adulto que brincou bastante na infância é alguém aberto a mudanças, tem pensamentos mais divergentes e aceita a diferença com maior facilidade. No entanto, se uma menina só pode brincar de casinha e o menino, de carrinho, a brincadeira pode impactar para o mal”, lembra Gisela Wajskop, doutora em Educação e colunista da CRESCER.
6. DESENVOLVE A ATENÇÃO E O AUTOCONTROLE
Seja para montar um quebra-cabeça, equilibrar-se em um pé só ou empilhar uma torre com blocos, essas habilidades serão aperfeiçoadas a cada brincadeira. Sem contar que serão empregadas desde muito cedo na vida do seu filho, seja na hora de fazer uma prova ou de resolver um conflito.
7. ACABA COM O TÉDIO E A TRISTEZA
Brincar ajuda a manter em ordem a saúde emocional – e as próprias crianças percebem esse benefício. Em um estudo realizado pela Universidade de Montreal, no Canadá, 25 meninos e meninas de 7 a 11 anos fotografaram e falaram de suas brincadeiras favoritas. Para eles, brincar é uma oportunidade de experimentar felicidade, combater o tédio, a tristeza, o medo e a solidão. “Quando pais, médicos e autoridades focam somente no aspecto físico da brincadeira, deixam de lado pontos benéficos para a saúde emocional e social”, afirma a autora Katherine Frohlic.
8. INCENTIVA O TRABALHO EM EQUIPE
Nos jogos coletivos, como o futebol e a queimada, a capacidade de se relacionarcom os demais também exige que a criança pense e aja enquanto parte integrante de um grupo. Em um mundo como o que vivemos, cada vez mais conectado, essa habilidade se faz ainda mais importante. Trabalha-se cada vez mais com projetos (desde a educação nas escolas até as grandes empresas), nos quais tudo parte de um interesse coletivo e todas as etapas são desenvolvidas em conjunto – por isso, aprender a defender um time hoje pode ter grande impacto lá na frente.
9. INSTIGA O RACIOCÍNIO ESTRATÉGICO
Jogos de regra, como os de tabuleiro, põem as crianças em situações de impasse. Para solucioná-los, elas precisam raciocinar de maneira estratégica, argumentar, esperar, tomar decisões e, então, analisar os resultados. Ao solucionar problemas, elas vão tentar, errar e aprender com tudo isso – para que, na próxima rodada, possam fazer melhor, com mais repertório.
10. PROMOVE CRIATIVIDADE E IMAGINAÇÃO
Ao ler uma história, brincar de boneca ou construir um brinquedo com sucata, a criança desenvolve a imaginação. E, para isso, não precisa de muito: potes, galhos e panelas podem dar vida a tanta coisa! Foi o que mostrou uma pesquisa da RMIT University, de Melbourne, na Austrália, feita com 120 crianças de 5 a 12 anos. A conclusão é que itens como caixas e baldes incentivam mais a imaginação do que brinquedos caros. Isso porque esses materiais não induzem a uma ideia pronta.
11. ESTABELECE REGRAS E LIMITES
Brincando, a criança reconhece e respeita os limites do espaço, do outro e de si mesma. E passa a lidar com regras, aprendendo a segui-las. Se tiver abertura, ela poderá até questioná-las. Isso será fundamental para conviver em sociedade – quando se faz necessário seguir certas convenções, mas também tentar mudar o cenário para melhor, se possível.
Ensinem suas filhas e filhos a pegar ônibus logo cedo, primeiro com vocês, depois sozinhos. Eles vão precisar disso um dia na adolescência ou na vida adulta e mesmo que você seja muito rico e pense que não precisarão, não há como ter certeza. Se nunca andaram, terão tendência a ficarem abobalhados, pouco espertos e mais propensos a sofrerem assaltos ou atropelamentos.
Ensinem seus filhos e filhas a andar a pé, porque só se aprende a atravessar ruas andando a pé. Bicicleta só para recreação, com você carregando o malinha e sua mala rampa acima, não vai dar boa coisa. Molequinhos e molequinhas precisam saber ir e voltar. Carregarem seus casaquinhos, bonequinhas e carrinhos faz parte da missão: mãe e pai não são cabides.
Ensinem suas filhas e filhos desde bebês a descascar bananas, maiorezinhos devem saber comer maçã sem ser picada, devem aprender a espremer um suco no muque, usar garfo e faca, colocar a roupa suja no cesto, lavar, secar e guardar louça. Assim não serão os malas na casa da tia no dia do pijama. No mínimo.
Ensinem seus filhos e filhas adolescentes a lavar o próprio par de tênis, lavar, pendurar, recolher e dobrar roupas, cozinhar algo básico, trocar lâmpadas e resistência do chuveiro. Ensine que isso pode não ser prazeroso como tomar um sorvete ou jogar no celular, mas é importante e necessário.
Ensinem suas filhas e filhos a plantar, colher e entenderem a diferença entre um pé de alface e um pé de couve. Você pode não acreditar, mas por falta de ensinamentos básicos muita criança se cria achando que leite é um produto que nasce em caixas. Isso não é engraçado, é um efeito colateral involutivo do nosso tempo.
Não tema o fogo, o fogão, a chaleira nas mãos dos coitadinhos. Se você não ensinar, eles vão fazer muita bobagem e vão se queimar. Educar é confiar nas capacidades e na inteligência deles. É mostrar perigos e ensinar a lidar com perigos.
Eduquem seus filhos para a vida, para capacidades. Prazer não precisa ser ensinado, é um benefício, um privilégio. Ter empregada doméstica em casa não deve ser visto e sentido como alguém que vem acoplado ao lar, quase uma "coisa" um "objeto humano" de limpar e organizar sem parar.
Essas não são dicas moralistas. Educar para a solidariedade é um ato até egoísta e nada poético. Ao ensinar coisas básicas de sobrevivência aos filhos, estamos promovendo confiança e capacidade, auto-estima, senso de dever e responsabilidade.
Evite produzir e multiplicar pessoas que um dia serão adultos entediados, mimados que acharão eternamente que vieram ao mundo a passeio, sem a menor noção do que é resiliência, inaptos para cuidar de si mesmos e de outros, caso se multipliquem preguiçosamente.
A vida pode ser bela, a vida pode não ser dura para herdeiros, mas ela cobrará sempre, de qualquer um de nós, firmeza e força de vontade. Isso não é nato, depende de adversidades e luta pela sobrevivência e nada tem a ver com capacidade de apertar um botão ou deslizar os dedões no Iphone.
A timidez pode ser definida como a tendência para evitar interações sociais, devido ao receio de ser avaliado negativamente por parte dos outros. Em termos somáticos, as manifestações de timidez caracterizam-se, sobretudo, por rubor, tensão muscular, palpitações, tremuras e sudação intensa. Se o seu filho rói as unhas, tem as mãos sempre bastante suadas, é retraído, é muito passivo e tem dificuldade em relacionar-se com colegas da mesma idade, então provavelmente é uma criança tímida. Apesar de não existir muito consenso sobre a origem da timidez, muitos investigadores consideram que, embora esta tenha uma origem genética, ela pode ser exacerbada ou modificada a partir das interações que a criança estabelece com os outros. A falta de vivências sociais é uma das causas mais relevantes para a timidez. Tudo indica que o isolamento social durante a infância perturba bastante o normal desenvolvimento da expressão emocional. Para além disto, Rosenbaum constatou, através de um estudo, a existência de uma forte correlação entre o elevado nível de ansiedade interpessoal dos pais e as condutas de timidez dos filhos. Existe uma série de consequências negativas associadas à timidez. As crianças tímidas têm geralmente mais dificuldade em fazer e em manter amizades porque carecem de habilidades sociais, o que contribui para se tornarem mais solitárias. As dificuldades de se defenderem são outra consequência negativa, na medida em que os outros por vezes abusam delas. A timidez é também frequentemente interpretada pelas outras crianças como sinal de indiferença e desinteresse, o que contribui para que estas crianças sejam ignoradas ou excluídas. Como elas têm dificuldade em expressar as suas emoções, por vezes procuram escondê-las, com tudo o que de negativo daí advém. O fato de a timidez implicar um elevado desgaste emocional para a criança, deve levar-nos a procurar formas de a minimizarmos. Uma das estratégias que poderão ajudar a criança a vencer a timidez é tentar criar, no contexto familiar, espaços onde ela possa falar relaxadamente, aproveitando todas as oportunidades para se reforçar positivamente o seu comportamento. É fundamental também que no contexto escolar os educadores ou professores ajudem neste processo, estimulando a criança a participar sempre que esta seja capaz de o fazer. Para além do que foi referido, é importante ter presente que numerosos comportamentos se podem adquirir através da aprendizagem social ( observação de modelos). Se os pais apresentarem comportamentos extrovertidos, as crianças mais facilmente poderão interiorizar este tipo de comportamento. O contrário também acontece, ou seja, pais tímidos e pouco sociáveis poderão potenciar o desenvolvimento de condutas tímidas nos filhos. O que daqui se pode concluir é que, apesar de a genética contribuir para o aparecimento da timidez, os pais podem contrariá-la se exibirem perante os seus filhos, comportamentos marcadamente extrovertidos e se criarem oportunidades que permitam à criança ter uma grande variedade de experiências sociais. Adriana Campos
Pesquisa canadense mostra que, quando as mães dão suporte para que a criança possa realizar atividades sozinha, há uma melhora em sua capacidade de resolver problemas, na memória e no pensamento
Por Naíma Saleh - Revista Crescer
Você faz tudo para o seu bebê? Tudo até encaixar um bloco de brinquedo que ele não está conseguindo? Veja só: um estudo realizado na Universidade de Montreal com 78 mães e filhos mostrou que, quando elas dão autonomia às crianças, há um impacto positivo na função executiva, um dos pilares do desenvolvimento cognitivo. Essa função engloba a memória de trabalho, raciocínio, capacidade de resolução de problemas e flexibilidade de tarefas, além da capacidade de planejamento e execução de atividades.
Para o estudo, as famílias foram visitadas em duas ocasiões: quando a criança tinha 15 meses e depois, ao completar 3 anos. Na primeira visita, foi pedido à mãe que ajudasse o filho a completar uma tarefa com um nível de dificuldade consideravelmente alto. Essa atividade durava cerca de 10 minutos e foi gravada em vídeo para que os pesquisadores pudessem analisar o tipo de suporte materno. Ou seja, se ela o encorajava, se era flexível, se incentivava e respeitava o ritmo da criança.
Quando as crianças completaram 3 anos, os cientistas, por meio de uma série de jogos adaptados, avaliaram a força da memória de trabalho e da capacidade de pensar sobre vários conceitos simultaneamente. Aquelas que obtiveram melhores pontuações tinham mães que ofereciam um suporte consistente ao desenvolvimento de sua autonomia.
Autônomo desde cedo?
Você pode até achar exagero dar autonomia ao bebê desde pequeno. Mas trata-se de um processo gradual, que vai se desenvolvendo à medida que o seu filho realiza novas conquistas e adquire condições que contribuem pouco a pouco para que ele se torne independente. “Nós não ‘damos’ autonomia a uma criança, nós vamos ensinando e deixando que ela tente resolver questões, situações e conflitos nos quais houve uma orientação prévia, para que possamos reforçar os conceitos educativos e valores morais ensinados anteriormente. Neste sentido, a escolha da criança não é autônoma, mas supervisionada por pais ou responsáveis”, explica a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo (SP).
Por isso, não se assuste: incentivar essa independência do seu filho é muito diferente de deixá-lo tomar decisões e fazer escolhas por conta própria. “Esse estímulo desde bebê é extremamente desejável. Para um desenvolvimento psicológico saudável é necessário que se interaja com o ambiente e que este o desafie, isto é: propor à criança situações que estimulem a busca ativa por soluções”, explica o psicólogo e neurocientista Hudson de Carvalho, do Código da Mente.
É precisamente este terceiro item que representa o maior obstáculo para os pais: todo mundo quer ver o filho feliz e realizado, por isso é difícil (e doloroso) vê-lo lidar com o erro e a decepção sem interferir. “O desprendimento surge quando o pai e mãe permitem que a criança lide com afrustração. Deve-se dar incentivos para que o bebê tente resolver algo que tenha condições de dar conta sozinho”, completa Hudson.Isso quer dizer que você deve estar ao lado da criança, orientando no que for possível, incentivando a realização de tarefas e propondo novos desafios, sempre permitindo que ela supere seus limites e explore o ambiente, dentro do que for seguro. “Dar espaço e oportunidade ao bebê é um ato de amor, cuidado e desprendimento”, explica o psicólogo Hudson.
Quer saber como, no dia a dia, você pode incentivar a autonomia do seu filho? Confira abaixo dicas que você pode aplicar de acordo com a idade da criança:
- Envolva a criança aos poucos em pequenas escolhas do dia a dia. Deixe-a decidir qual será a sobremesa do almoço de sábado, por exemplo. Dê opções de trajes para que decida o que prefere vestir, apresente diferentes livros. Dica: limite o número de opções para que ela não se sinta perdida.
- Deixe o seu filho ciente sobre os ônus e bônus de toda a escolha, antes que ela decida o que quer e dê tempo para que possa refletir.
- Se a criança se arrepender da escolha que fez, ensine-a a lidar com a frustração! Explique que é assim mesmo, que haverá outras oportunidades e que ela fez o que achou melhor para aquele momento. Não a critique ou diga "eu te disse!".
- Separe todos os dias 30 minutos para brincar com seu filho e neste período de tempo se proíba de corrigi-lo, repreendê-lo e guiar a brincadeira. Faça aquilo que ele indicar que quer fazer - desde que não o coloque em risco, claro!