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domingo, 18 de outubro de 2015

Processamento da informação em crianças com Déficit de atenção ou TDAH

É importante conhecer de que forma o cérebro processa a informação para ser rejeitada ou retida na memória  das crianças, em especial as que apresentam Déficit de atenção ou TDAH. Para entender melhor esse processo vamos nos centrar na forma pela qual coletamos, avaliamos, guardamos e recuperamos a informação. Esse processo inclui quatro grandes passos.
  1. Registro ou memória sensorial
  2. Memória de curto prazo
  3. Memória de trabalho
  4. Memória de longo prazo
Déficit de atenção
Registro ou memória sensorial: a informação do nosso entorno é captada por nossos sentidos. Os estímulos ingressam no cérebro como um caudal de impulsos elétricos que são o resultado da conexão em rede dos neurônios. Se o cérebro tivesse que processar toda a informação que os nossos sentidos recolhem, ocorreria uma espécie de curto-circuito. Portanto, é necessário que exista algum tipo de seleção. Esta é feita com base na importância que determinada informação possa ter para a pessoa que a recebe e é chamado registro sensorial.
Memória de curto prazo: A memória de curto prazo trabalha com dados por algumas horas até que sejam gravados de forma definitiva. Este tipo de memória é particularmente importante nos dados de cunho declarativo. Em caso de algum tipo de agressão ao cérebro, enquanto as informações estão armazenadas neste estágio da memória, ocorrerá sua perda irreparável.
Memória de trabalho: Que alguns acreditam ser parte da memória de curto prazo atua no momento em que a informação está sendo adquirida, retém essa informação por alguns segundos e, então, a destina para ser guardada por períodos mais longos, ou a descarta. Quando alguém nos diz um número de telefone para ser discado, essa informação pode ser guardada, se for um número que nos interessará no futuro, ou ser prontamente descartada após o uso. A memória de trabalho pode, ainda, armazenar dados por via inconsciente.
Memória de longo prazo: É a que retém de forma definitiva a informação, permitindo sua recuperação ou evocação. Nela estão contidos todos os nossos dados autobiográficos e todo nosso conhecimento. Sua capacidade é praticamente ilimitada.
No que se refere à memória de trabalho, segundo estudos, as crianças com Déficit de atenção ou TDAH beneficiam-se menos dos recursos verbais e mais dos visuais. Isso pode ter consequências para a aprendizagem da leitura e um menor aproveitamento das informações do ambiente. Essas crianças parecem estabelecer menos associações e aproveitam mal os recursos semânticos e fonológicos contidos nas palavras e, consequentemente, o desempenho é prejudicado pela dificuldade que apresentam para integrar as informações. Dessa forma elas aprendem mais fazendo associação de conteúdos verbais dom visualização de imagens.
Déficit de atenção
É provável que a baixa capacidade na memória de trabalho esteja relacionada a um baixo desempenho na questão da atenção. Essa desatenção levaria a uma utilização menor dos recursos mentais, causando, assim, um prejuízo na retenção de informações de memória de curto prazo.
O Déficit de Atenção ou TDAH pode ser acompanhado de outros transtornos, como dislexia ou distúrbio de memória, ou por uma dificuldade específica de aprendizagem, como a relacionada à matemática (discalculia) e afetam aptidões bem definidas: dificuldade específica em matemática, linguagem, ortografia. Os distúrbios, por outro lado, não são tão definidos, afetando a cognição em geral.
Segundo estudos O TDAH não é um transtorno específico de aprendizagem, pois não inviabiliza qualquer função cognitiva, é mais amplo que isso. Uma dificuldade específica em matemática pode ser comumente encontrada com o TDAH, assim como outra dificuldade específica, especialmente a de aprender idiomas, sendo que crianças que não tenham Déficit de atenção ou TDAH podem apresentar estas dificuldades também.
Entretanto, sabe-se que a memória de trabalho é expressa nas áreas frontais do cérebro e, sendo as áreas frontais das crianças com TDAH, hipoativas, pode-se concluir que as crianças com TDAH têm sua memória de trabalho não prejudicada, provavelmente, não de forma conclusiva. Ainda assim, talvez as pesquisas futuras apontem isso, à medida que os métodos forem tornando-se mais sofisticados.
Podemos concluir então que as crianças com Déficit de atenção ou TDAH apresentam características de capacidades cognitivas e de aprendizagem da mesma forma que  ás demais crianças, porém, como cada pessoa é única, as formas de retenção podem ser diferenciadas e estratégias devem ser adotadas com todas as crianças para a real absorção do conhecimento.
(Socorro Bernardes)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Hidrocefalia


O termo hidrocefalia vem do Grego e significa "água na cabeça".
Na realidade a água é liquido cefalorraquidiano (adiante designado por LCR), um líquido claro que é constantemente produzido nas cavidades, ou ventrículos, no interior do cérebro.
Ele passa de um ventrículo para o seguinte (quatro no total) através de canais estreitos, circulando depois na superfície do cérebro - uma pequena parte desce pela spinal-medula - e é absorvido no sistema sanguíneo.

Esta absorção realiza-se por veias especializadas dentro do crânio as quais têm uma superfície semelhante a uma peneira.
Apesar de muito mais lentamente que a circulação do sangue, o LCR está em constante produção, circulação e reabsorção.

A hidrocefalia pode resultar de excesso de produção de LCR (muito raro), ou quando é impedida a sua circulação ou absorção.
Nesta situação, em que o LCR é constantemente produzido mas não consegue circular, ele acumula-se e causa um aumento da pressão no interior do cérebro.
Os ventrículos incham e o tecido cerebral pode vir a sofrer lesões.

A hidrocefalia é classificada como comunicante ou não comunicante conforme exista uma deficiência na absorção do LCR no final do sistema ou haja um bloqueio à circulação do LCR dentro do sistema ventricular.


O que causa a Hidrocefalia
A Hidrocefalia é causada pela impossibilidade do LCR ser drenado para o sistema sanguíneo.

Existem vários motivos pelos quais isto pode acontecer.
Grande Prematuridade – Os bebés nascidos prematuramente correm o risco de desenvolverem hidrocefalia.
Spina Bifida – A maior parte dos bebés nascidos com Spina Bífida têm hidrocefalia.
Para além das lesões da spinal medula existem anomalias na estrutura de certas partes do cérebro, que se desenvolvem antes do nascimento e que impedem a drenagem correcta do CSF.
Genética – Em circunstâncias muito raras a hidrocefalia está ligada a factores hereditários.
Hidrocefalia Congénita – Isto significa que a hidrocefalia já está presente na altura do nascimento. É importante salientar que este termo não implica que a hidrocefalia seja hereditária. Muitas vezes a causa exacta da hidrocefalia congénita não pode ser determinada.

Podem existir ainda outras formas de hidrocefalia tais como:
• Hemorragia Cerebral
• Meningite
• Tumores
• Outras causas raras


Como tratar a hidrocefalia
A maior parte das hidrocefalias requerem tratamento o qual normalmente é cirúrgico.
O tratamento habitual é a introdução de uma Derivação.
É importante perceber que a derivação não cura a hidrocefalia e os danos que tenham sido provocados no tecido cerebral mantêm-se.
A derivação controla a pressão dos ventrículos, drenando o LCR em excesso e evitando assim que a situação piore.
Os sintomas causados pela pressão elevada habitualmente melhoram, mas outros problemas relativos à destruição de tecido cerebral mantêm-se.

As derivações consiste na introdução de um tubo que permite a drenagem do LCR dos ventrículos no cérebro até ao abdómen (ventriculo-peritoneal ou VP derivação) e daí o LCR é absorvido pela corrente sanguínea.


Que complicações podem surgir com a derivação?
Apesar de todos os avanços, a derivação pode ter complicações.
Estas podem ser classificadas em subdrenagem, sobredrenagem e infecções.

A Subdrenagem, que ocorre quando o líquido não é removido com a rapidez necessária e os sintomas da hidrocefalia voltam a surgir, é um dos problemas mais frequentes.
Deve-se habitualmente a um bloqueio num dos tubos, embora também possa ser por a derivação se partir ou as partes ficarem desconectadas. Raramente se deve à válvula que habitualmente funciona sem problemas durante muitos anos.

A Sobredrenagem ocorre quando a derivação permite que a quantidade de LCR drenada dos ventrículos seja superior à sua produção.
Se isto acontecer abruptamente, habitualmente pouco tempo após a colocação da derivação, os ventrículos causam um desabamento, rasgando delicados vasos sanguíneos no cérebro, causando uma hemorragia, que muitas vezes necessita de tratamento cirúrgico.

Se a sobredrenagem for mais gradual, os ventrículos desabam progressivamente até ficarem semelhantes a uma fenda (slit ventricles). Esta situação habitualmente interfere com o funcionamento da derivação causando o problema oposto: reaparece uma elevada pressão de LCR, mas infelizmente os ventrículos não aumentam de tamanho, conduzindo a uma situação em que há uma elevada pressão de LCR, com dores de cabeça, vómitos, etc., mas a observarem-se ventrículos muito pequenos nos exames.

A infecção deve-se, a maior parte das vezes, à passagem, durante a operação, de bactérias da pele para o LCR ou para a derivação. Os cuidados e a experiência da equipa médica é um dos mais importantes factores para a redução da taxa de infecção para o mínimo. No entanto, mesmo nas melhores equipas as infecções ocorrem.


A que sintomas devemos estar atentos?
Os sintomas variam entre indivíduos por isso a existência de anteriores problemas com a derivação são normalmente um bom guia para sabermos o que procurar.

Possíveis sinais de bloqueio agudo da derivação podem incluir:
• Vómitos,
• Dores de cabeça,
• Tonturas,
• Sensibilidade à luz e outros distúrbios visuais.

Possíveis sinais de bloqueio crónico da derivação podem incluir:
• Fadiga,
• Mal estar geral,
• Problemas percepto-visuais,
• Mudanças de humor e diminuição do rendimento escolar.


Quais os efeitos da hidrocefalia?
Podem surgir dificuldades de aprendizagem associadas à hidrocefalia tais como problemas de concentração, raciocínio e de memória de curto prazo.
A hidrocefalia pode ainda resultar em problemas mais subtis como problemas de coordenação e na capacidade de motivação e organização.

Efeitos físicos como problemas de visão e puberdade precoce também podem ocorrer. Muitos destes efeitos podem ser compensados através de estratégias de ensino ou tratamento adequado

(ASBIHP )