sexta-feira, 21 de março de 2014

O potencial educativo das brincadeiras


potencial do brincar

“O correr das águas,a passagem das nuvens, o brincar das crianças,o sangue nas veias. Esta é a música de Deus.”

Hermann Hesse

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“O máximo de maturidade que um homem pode atingir é quando ele tem a seriedade que têm as crianças quando brincam”, dizia o filósofo alemão Friedrich Nietzsche no século XIX. A máxima segue fundamental para a sociedade atual, já que o ato de brincar acaba influenciando o desenvolvimento da pessoa para o resto da vida.
Pular corda, brincar de esconde-esconde ou de casinha. O ato de brincar é a primeira atividade lúdica acessível ao ser humano e uma das primeiras possibilidades de conhecer o mundo ao seu redor. Ao nascer, o bebê já desenvolve alguns movimentos e interações, mas é com as brincadeiras que a criança abre seu olhar para o mundo.
Com uma gama de variedades, as brincadeiras podem desenvolver habilidades físicas, motoras ou cognitivas. Algumas delas trazem a imitação da vida em sociedade. Outras, ainda, promovem o desenvolvimento de valores tais como a responsabilidade, o companheirismo, as noções do compartilhamento e regras de convívio coletivo. “Dependendo da faixa etária, existem alguns tipos de brincadeira que vão possibilitando à criança descobrir o movimento e se descobrir emocionalmente, assim como no convívio”, aponta a gestora institucional da Aliança pela Infância, Giovana Barbosa.
De acordo com a coordenadora pedagógica da Rede Marista de Solidariedade, Aline Paes de Barros, a criança brinca em todos os momentos, ainda que os tempos e espaços não sejam completamente propícios para essa finalidade. “A criatividade, envolvimento e interações que a criança estabelece nesses momentos interferem diretamente no seu processo de desenvolvimento. Sendo assim, a brincadeira auxilia nas relações da criança com o meio em que vive, com outras crianças e adultos, favorece a criação de um repertório amplo de possibilidades, desafios e novidades”.

O tempo de brincar

O tempo de brincar, no entanto, vem muitas vezes sendo preenchido por outras atividades. A cada dia que passa, os pais delegam mais obrigações aos filhos, impedindo-os de fazer aquilo que fazem de melhor. Isso porque a maioria dos adultos não acreditam que o ato de brincar também é uma forma de aprendizado. Nas escolas, onde as crianças passam até mais da metade do dia, raras são as vezes que as brincadeiras ocorrem sem a interferência de um adulto ou com um objetivo claro de aprendizado.
“Na maior parte das escolas, os recreios vêm sendo encurtados. Isso é um crime pra nós, já que o recreio é a hora que os estudantes têm pra conviver com as crianças de outras faixas etárias, de outras realidades, pois o brincar permite o acesso à diversidade, o que acaba sendo um meio maravilhoso de aprendizado”, aponta Giovana.
Para alguns movimentos ligados ao direito ao brincar, como a Aliança pela Infância e a Rede Marista de Solidariedade, a brincadeira deve partir da vontade da criança,  pois o aprendizado ocorre no decorrer da própria brincadeira, que deve ser valorizada pela ação em si e não apenas por uma finalidade específica.
“É impossível você pensar que o brincar não tem uma propriedade educacional. Ao brincar, você está aprendendo, se transformando, assimilando a cultura de onde está localizado. Ela tem que ter a possibilidade de brincar com as pedrinhas e achar que é um caminhãozinho. Essa exploração se dá quando você não tem um tempo determinando ou resultado esperado. Quando o objetivo é simplesmente a diversão”, aponta Giovana.
De acordo com Aline, o brincar é um direito da criança e, visto desta maneira, precisa ser garantido de maneira livre e espontânea, para que a própria criança exercite sua imaginação e criatividade. “A criança aprende enquanto brinca, pois coloca em funcionamento complexos exercícios cognitivos, envolve-se de corpo inteiro na ação e consequentemente, amplia seus conhecimentos”.
Jéssica Moreira  - Fonte: wwweducaçãointegral.org.br

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