segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Família não é DEMOCRACIA


Por que o lema “Igualdade, Liberdade e Fraternidade” não serve para guiar a educação dos filhos

Dr. Leonardo Posternak


O lema “Igualdade, Liberdade e Fraternidade” foi a mola propulsora que acabou com o despotismo dos reis da França. Vejo que, em pleno século 21, os pais pós-modernos introduziram o lema de maneira irrefletida, temerária e inconsequente dentro de seus lares; e,
pior ainda, o utilizam como norteador de suas condutas educativas para com seus rebentos.

Em primeiro lugar, a família deve ser hierárquica: seus membros não são todos iguais, são diferentes no que significa impor limites, auxiliar os filhos a se sobrepor às frustrações, saber o que pode ou não pode, funções que correspondem aos pais.r inde Assim como o filho tem de respeitar os limites, aprender a lidar com a frustração, se tornar independente e almejar chegar a ser como os pais.

A liberdade não pode ser confundida com libertinagem, com os filhos achando que se pode fazer tudo e sempre do jeito que dá na telha. Assim
os pais devem tentar não ficar reféns da temível atitude autoritária de seus próprios filhos, esquecer de que não estão passando muito tempo na companhia de suas crianças, o que é verdade. Só que sabemos que, hoje em dia, se tem menos família do que antigamente.
O dinheiro para manter o orçamento familiar também está difícil de ganhar e, assim, exercer sem culpa a tão necessária e eficaz autoridade.
Uma criança que domina os adultos está em uma posição assustadora. Se, com alguns poucos anos, a criança acha que é mais poderosa que aqueles que cuidam dela, como poderá se sentir protegida quando surge a necessidade disso?
Como adquirir segurança e autonomia, desenvolvendo seus próprios recursos, se os pais se amedrontam ante uma birra e acabam cedendo o que pouco antes tinham negado?
Dizer NÃO não significa uma rejeição ou agressão ao filho. Na verdade, pode e deve ser uma demonstração de uma crença na força e capacidade dele. A noção de que se poderia atender todas as necessidades da criança do jeito que ela desejar e poupá-la de qualquer dor só vai dar como resultado uma criança desadaptada e sem preparo para a vida num planeta habitado por outras pessoas.
Em resumo,
construímos um tirano “esperto” e infeliz, sem nenhuma ideia do que seja moral e ética, tema que, lamentavelmente, está no topo da mídia nos dias de hoje. Privilégio não é igual a direito.
Cada coisa no seu lugar.


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