quarta-feira, 25 de março de 2009

A importância da infância na Psicoterapia

"As crianças são as sementes do nosso futuro. Plante amor nos seus corações e águe com sabedoria e lições de vida. Quando forem crescidos, dê-lhes espaço para que cresçam". (Código Indígena norte americano)



Os consultórios de psicoterapia, geralmente, são o destino de um sem número de pessoas a procura de alívio de suas dores psíquicas, cujas origens na quase totalidade dos casos, encontra-se nas experiências traumáticas da infância. Situação em que muitos indivíduos, se não passarem por tratamento, tendem a levar para o resto de suas vidas o sofrimento como indesejada companhia.

Portanto, na infância o foco psicoterapêutico é de suma importância dentro do processo de investigação do inconsciente humano. É um procedimento fundamental e imprescindível, tanto na linha da psicoterapia tradicional como na linha da psicoterapia alternativa. Não temos como separar uma coisa da outra, porque a fase infantil, impregnada de impressões psíquicas, é temporariamente a realidade existencial do indivíduo em que a educação, baseada em princípios psicológicos e em responsabilidades assumidas por parte de pais ou substitutos, é a garantia de um futuro menos problemático para os seus filhos.

Não podemos negligenciar a infância, muito menos desconsiderá-la dentro de um processo psicoterapêutico, (...) um exemplo é a conhecida "síndrome de vitimização": de nada adianta tentarmos conscientizar nosso paciente que ele encontra-se numa "cômoda situação", aceitando passivamente as vicissitudes da vida sem capacidade de reação, se antes não tivermos, efetivamente, proporcionado por intermédio de uma técnica terapêutica eficaz, que o mesmo elaborasse internamente a sua consciente reação a um estado psíquico cujas origens estão sintonizadas na sua infância...

Em muitos casos que tratamos, o paciente inconscientemente ainda fixado em traumas infantis, sente-se vítima de algo que ele ainda desconhece por inteiro. No entanto, "sente", e foi por esse motivo que ele nos procurou para libertar-se das amarras psíquicas que o mantém cativo a um estado psico-espiritual. E a nossa função é criar, através do método psicoterapêutico em desenvolvimento, condições reais para que ele próprio providencie a sua libertação. É a auto-conscientização, ou seja, quando ele compreende que até então fora vítima ou refém das repercussões psíquicas de seus traumas infantis.

Não queremos gerar futuros problemas de relacionamento com nossos filhos adolescentes ou adultos? Então tratemos de dispensar a eles, enquanto ainda são psiquismos que absorvem todas as impressões vindas dos pais, a atenção e a participação mínima necessária em suas vidas (...)

Não esqueçamos que o autoconhecimento começa pela solução dos nossos problemas mais imediatos, para depois, através das conexões interdimensionais que são inerentes à multidimensionalidade da natureza humana, alcançarmos o âmbito da transcendência. E esse processo, necessariamente, passa pela importância que a infância (e a educação...) representam no contexto das múltiplas vivências do ser inteligente.


Flavio Bastos

Psicanalista Clínico e Interdimensional

3 comentários:

Anônimo disse...

Ana,os textos que você posta são excelentes!Acho que você deveria postar com mais frequência,por exemplo,um por semana.
Estou cursando Psicopedagogia Clínica e Institucional e suas postagens são de extrema importância para mim.Obrigada!

Ana Carmen disse...

Eu é que agradeço e fico feliz que tenhas gostado. Falta é mais tempo para postar...mas tentarei!! Abraço

Anônimo disse...

Prezada Ana, gostaria muito de algumas dicas de textos, livros ou técnicas de jogos,acordos, sanções etc. para abordar com meu filho de 8 anos o problema da falta de cuidado com seus objetos. Ele não se encaixa no perfil de déficit de atenção, mas frequentemente perde objetos e isto já é um ponto de conflito entre nós dois. Quero ajudá-lo a se organizar e não tenho conseguido. Desculpe o desabafo. Podes me ajudar? Atenciosamente, Dilce