Na escola, idem. A Semana da Pátria tinha rituais sagrados: desenho da bandeira, estudo mais aprofundado da História e, claro, desfile na avenida. Banda marcial do município! Hino, hasteamento e arriamento das bandeiras, jogral! Fita verde e amarela na lapela! Casas com bandeira nas janelas – não apenas os órgãos públicos.
Hoje, essas manifestações empalideceram. Estão distantes da pauta. Não movem nem comovem. Nas residências, em Porto Alegre ou no Interior, não há sinais da comemoração. Mais comum é ver bandeiras da dupla Gre-Nal. Nas repartições, não é muito diferente. Pelas ruas, são quase inexistentes as manifestações de homenagem ao país. Quando existem, são meramente tímidas. Envergonhadas. Ou até viram desdém.
Por óbvio: não são atitudes simbólicas, por elas mesmas, que farão brotar um novo Brasil. Mas a sociedade confundiu a pátria com apenas o que nela há de ruim. Como se o povo, tal qual Pilatos, pudesse lavar as mãos diante de todas as responsabilidades. Como se nada houvesse a comemorar. Como se amar o país significasse uma aprovação ao que de contraditório há nele.
O civismo, pelo contrário, deveria ser o ímpeto a impulsionar a preservação do certo e a mudança do errado. É o sentimento cívico, afinal, que conduz o povo à evolução. Aqui, todavia, vemos uma sociedade amorfa, acomodada até mesmo aos baixos padrões éticos da cena política.
E eis conflagrado o sonho de consumo dos lobos de plantão: uma sociedade de comportados cordeiros – já avisara um sábio.
Sei que essas minhas constatações e ideias não são novas. Mas que, nesta Semana da Pátria, sirvam como que uma nesga de contribuição para mudar um Brasil que fez desacreditar grande parte de suas instituições e de seus representantes. Isso porque jamais se conseguiu melhorar uma nação com uma postura indiferente e apolítica.
Que a desmotivação com o mal, pois, não ofusque nosso ímpeto em favor do bem. Ou tudo estará cada vez mais perdido.
Cleber Benvegnú- ZH
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